

Descoberta foi publicada na revista científica Nature | Foto: Revista Nature/divulgação
11 de agosto de 2025 — Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), identificaram o fóssil de uma nova espécie de peixe pré-histórico na Península Antártica.
O exemplar articulado, batizado Antarctichthys longipectoralis, viveu entre 145 e 66 milhões de anos atrás, durante o período Cretáceo, e representa o fóssil mais bem preservado já descoberto na região. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (11) na revista científica Nature.
O fóssil foi encontrado na Formação Snow Hill Island, na Antártica, durante expedição do projeto Paleoantar, realizada no verão de 2018/2019. A iniciativa reuniu pesquisadores de diferentes especialidades e instituições brasileiras.
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O estudo durou cinco anos, desde a chegada do fóssil ao Brasil até a reconstituição tridimensional. A técnica utilizada foi a microtomografia, semelhante a uma tomografia médica, que permite examinar o interior de objetos com raios X sem danificá-los.
Foram produzidos mais de 2 mil tomogramas em alta resolução, que possibilitaram reconstruir digitalmente a anatomia do peixe, estimado em 8 a 10 centímetros de comprimento, com cabeça longa, corpo delgado e pequenos espinhos neurais.
Segundo a bióloga Valéria Gallo, professora titular do Departamento de Zoologia da Uerj, a Antártica, embora pouco explorada pela paleontologia, guarda informações essenciais sobre a evolução da vida no hemisfério sul.
“O continente antártico, hoje uma vastidão gelada, já foi um ambiente rico em florestas e vida marinha. Descobertas como essa revolucionam nosso entendimento sobre como ecossistemas antigos responderam às mudanças ambientais”, afirmou.
A presença do Antarctichthys indica que a Península Antártica provavelmente possuía clima mais quente e maior biodiversidade durante o Cretáceo. Para os pesquisadores, análises como essa ajudam a prever como espécies podem reagir ao aquecimento global atual, orientando estratégias de conservação.
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Tags: paleontologia, fósseis, peixe pré-histórico, Antártica, Uerj, UFRJ, Cretáceo, biodiversidade, mudanças climáticas, conservação ambiental