IA brasileira vai apoiar recuperação de vegetação nativa em todos os biomas | Foto: Symbiosis
A Conservação Internacional (CI), organização não governamental dedicada à proteção ambiental, desenvolveu uma nova plataforma chamada Ciera (Assistente de Restauração de Ecossistemas da Conservação Internacional). Utilizando inteligência artificial, a ferramenta será capaz de identificar, com base em dados geoespaciais, as áreas mais adequadas para a restauração de vegetação nativa no Brasil. O lançamento está previsto para o segundo semestre de 2025 e o uso será gratuito.
Segundo a diretora de Restauração de Paisagens e Florestas da CI Brasil, Luciana Pugliese, o Ciera foi criado para preencher uma lacuna: a falta de uma solução integrada que reúna custos por bioma, incentivos, legislações e exigências legais. “A ideia é democratizar o acesso à restauração ambiental e facilitar a tomada de decisão”, afirma.
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A Ciera surgiu de uma colaboração entre equipes brasileiras e norte-americanas da CI, com apoio de universidades e empresas de tecnologia. O sistema foi alimentado com dados de políticas públicas como o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), lançado durante a COP16 em Cali, na Colômbia. O Brasil assumiu o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, mas ainda tem um passivo ambiental de 25 milhões de hectares, segundo o Ministério do Meio Ambiente.
A plataforma vai além de apenas identificar áreas: ela também sugere as melhores metodologias, espécies a serem plantadas, estimativas de custo e permite análises conforme o perfil do território ou objetivo do projeto. “Com o uso contínuo, o sistema aprende e se torna mais preciso com o tempo”, explica Luciana, referindo-se ao modelo de machine learning utilizado.
Recentemente, o Ciera ganhou projeção internacional ao vencer o desafio global Hack4Good 3.0, realizado em Seattle (EUA), destacando-se como uma solução inovadora de impacto positivo para o meio ambiente global.
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