

COP30: países enfrentam impasses na agenda do clima | Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
21 de novembro de 2025 – Os primeiros rascunhos oficiais da COP30 foram divulgados na madrugada desta sexta-feira (21), poucas horas após a retomada dos trabalhos interrompidos por um incêndio na Zona Azul, na tarde de quinta-feira (20). As versões preliminares eram aguardadas com grande expectativa, especialmente pelo Brasil e por ao menos outros 30 países que defendiam a inclusão de um mapa global de transição para o fim dos combustíveis fósseis.
Um dos textos mais esperados era o do chamado Mutirão Global, que deveria integrar quatro temas retirados da agenda oficial: financiamento climático, adaptação às mudanças climáticas, transição energética e mecanismos do mercado de carbono. Desde o início da conferência, o governo brasileiro articulava para incluir no documento um “mapa do caminho” para reduzir a dependência mundial de combustíveis fósseis.
No entanto, o rascunho divulgado não menciona o roteiro de transição e tampouco apresenta soluções para diminuir o uso de carvão, petróleo e gás. O texto apenas reconhece, de forma breve, que a transição global é “irreversível” e uma “tendência do futuro”, sem detalhar metas, prazos ou responsabilidades.
Também foram publicados rascunhos sobre transição justa, mitigação, meta global em adaptação e medidas de responsabilização. Todos ainda serão avaliados em plenária, podendo sofrer alterações até que se alcance consenso entre os países.
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A ausência do mapa do caminho gerou forte reação internacional. Mais de 30 países enviaram uma carta conjunta à Presidência da COP30 afirmando que não apoiarão um texto final que desconsidere o compromisso de transição energética. Entre os signatários estão França, Alemanha, Reino Unido, Colômbia e outros que defendem um plano justo, ordenado e equitativo para substituir os combustíveis fósseis.
Organizações ambientais também se manifestaram. O Greenpeace rejeitou o texto do Mutirão Global e pediu sua devolução para revisão. A diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, afirmou que a retirada dos mapas do caminho deixa o mundo “novamente perdido, sem um roteiro concreto para atingir 1,5°C”.
A Iniciativa do Tratado sobre Combustíveis Fósseis também criticou o rascunho, alegando que o conteúdo está aquém do prometido pelo governo brasileiro e não oferece respostas compatíveis com a urgência da crise climática. O presidente do movimento, Kumi Naidoo, reforçou que a ausência de um plano concreto aumenta a necessidade de um tratado internacional para pôr fim à exploração de combustíveis fósseis.
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