

Governador Cláudio Castro defende ação e presta solidariedade a policiais | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
29 de outubro de 2025 — O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, declarou nesta quarta-feira (29) que a Operação Contenção, realizada nas comunidades da Penha e do Alemão, foi “um sucesso” e que as únicas vítimas dos confrontos foram os policiais mortos durante a ação. O número oficial de mortos divulgado pelo governo é de 58 pessoas, incluindo os quatro agentes de segurança.
Durante entrevista coletiva no Palácio Guanabara, sede do governo estadual, Castro afirmou que a operação foi necessária e classificou os policiais mortos como “verdadeiras vítimas” da violência.
“Temos muita tranquilidade de defender o que foi feito ontem. Queria me solidarizar com as famílias dos quatro guerreiros que deram a vida para libertar a população. Eles foram as verdadeiras vítimas. De vítima, ontem, só tivemos os policiais”, declarou.
O governador também afirmou que os confrontos ocorreram em área de mata e que, por isso, “não havia civis no local”. “O conflito não foi em área edificada. Foi todo na mata. Não creio que tivesse alguém passeando na mata num dia de conflito. Por isso podemos classificar de criminosos”, disse.
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O número de mortos na operação, realizada de forma conjunta pelas polícias Civil e Militar, foi inicialmente divulgado como 64 pessoas, mas o governo revisou o dado para 58 mortos. Castro não explicou a diferença na contagem, mas adiantou que o número “ainda deve mudar”.
Moradores das comunidades relataram momentos de pânico, bloqueios de vias e dificuldade para voltar para casa durante a operação. Especialistas em segurança pública classificaram a ação como mal planejada e de grande impacto social, sem atingir os resultados esperados no combate ao crime organizado.
O governador afirmou que o Rio de Janeiro continua sendo o epicentro do problema da segurança pública nacional, e destacou a necessidade de cooperação entre governos para enfrentar o crime.
“Mostramos um duro golpe na criminalidade e que temos condições de vencer batalhas. Mas temos a humildade de reconhecer que essa guerra não será vencida sozinhos. Agora é momento de união, não de politicagem”, ressaltou.
Entretanto, movimentos sociais e de favelas criticaram a ação e afirmaram que “segurança não se faz com sangue”. Para a professora Jacqueline Muniz, do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), a operação foi uma “lambança político-operacional” que revela a falta de estratégia na política de segurança do estado.
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