O livro “Vá me desculpando qualquer coisa”, do fotógrafo Emrah Kartal, turco radicado no Ceará há sete anos, é o vencedor do Prêmio Foto em Pauta 2022, uma iniciativa do Foto em Pauta em parceria com a Editora Tempo d’Imagem e o Solar Foto Festival, com apoio da Ipsis Gráfica e Editora. O livro será lançado durante o Festival Foto em Pauta, entre os dias 15 e 19 de março, em Tiradentes-MG, com a participação do fotógrafo Tiago Santana.
Tiradentes será palco de diversas exposições, debates, projeções de fotografias, lançamentos de livros e atividades educativas voltadas para a comunidade. Criado em 2015, o Prêmio Foto em Pauta é voltado para artistas estreantes e tem como objetivo incentivar a difusão da produção fotográfica através da publicação de livros de fotografia. Em 2022, o projeto vencedor foi de Emrah Kartal, de Fortaleza/Ce. Segundo Kartal, é a primeira vez que uma pessoa que vive no Ceará vence esta premiação.
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No projeto do livro de fotografia “Vá Me Desculpando Qualquer Coisa”, Kartal cria uma narrativa da passagem que durou cinco anos, em Juazeiro do Norte, como se fosse somente 24hs, e nesse tempo, retratando os romeiros, ruas, personagens, espaços religiosos, objetos sagrados e lugares visitados pelos romeiros com um aspecto singular e olhar peculiar fotográfico, observando a vida dos peregrinos e a cidade sagrada, mas ao mesmo tempo criando uma certa distância do olhar fotográfico de um estrangeiro, que se naturalizou no Brasil e estava fazendo parte daquela cidade.
Com essa perspectiva pessoal do fotógrafo, o projeto do livro traz um panorama contemporâneo ao documentário sobre as visitas dos peregrinos, vulgo romeiros do santo padroeiro, na cidade de Juazeiro do Norte, em um num percurso de demonstração de fé, de crenças e realizações de promessas, assim como também concretizando atitudes proeminentes de identidades, atitudes, personalidades em diálogo com a cidade.
“Emrah Kartal, tal como um romeiro, embrenha-se neste caldeirão mágico em Juazeiro do Norte e constrói uma ampla crônica sobre a religiosidade do lugar, ora estranha ora familiar. Entregue ao Sol ardente do Cariri, o fotógrafo turco corre o chão sagrado e profano, para ali se achar em revelações, que pulsam como batimentos cardíacos que marcam o ritmo, ora crente ora furioso, de um coração dividido entre o paraíso e o inferno. A sua obra sintetiza um novo tipo de subjetividade, associando a intimidade com a crítica social. Com Kartal o espectador é apanhado desprevenido com os fragmentos da história deste território, marcado por dramas e contradições.” descreve Angela Berlinde, que participou da edição das imagens com ou autor.
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Emrah Kartal é fotógrafo turco residente no Ceará, Brasil. Conta histórias visuais sobre a diversidade em grupos sociais e no cotidiano das comunidades locais desde 2010. Se define como fotógrafo documental e cineasta. Residiu no Rio de Janeiro, no mesmo ano, em 2010, visitou o Ceará e a cidade de Juazeiro do Norte e tornou-se residente no estado. Desde 2016 fotografa profundamente a sociedade brasileira, entrando em Juazeiro do Norte, onde existe um “Brasil” como um miniatura de sociedade em questão de religião, família, resistência, transformação, tecnologia e cotidiano que se formam na mesma rua, praça e casa.
Graduado pela Hacettepe University, Faculdade de Letras no Curso de Sociologia (Ankara-Turquia), mestre pela Istanbul University – Instituto de Ciências Sociais em Jornalismo com dissertação no Brasil sobre “Discurso Nacionalista em Eventos Esportivos”. Kartal foi jornalista e fotógrafo na Turquia por sete anos, escrevendo para jornais impressos e portais nas cidades de Istambul e Ancara. Em 2009 realizou pesquisa documental sobre movimentos políticos na Universidade Politécnica de Lisboa. Fotógrafo da Agence le Journal, agência de fotografia sediada em Istambul, Brasil entre 2014 e 2016. No Brasil, reside desde abril de 2010 com visto de residência permanente, onde realizou diversas experiências no campo das artes visuais.
O livro conta com 64 páginas e possui as dimensões de 18 cm x 23 cm. O acompanhamento editorial foi realizado pelo artista, após um estudo de fotografia que foi realizado durante o primeiro período da pandemia, em 2021. Por se tratar de uma obra visual, os únicos elementos textuais do livro são o título e o texto do autor.
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