O período pós-eleitoral é sempre delicado para as administrações municipais, especialmente nas cidades onde os prefeitos não foram reeleitos ou onde não conseguiram eleger um sucessor. Infelizmente, a realidade brasileira tem mostrado que esse momento pode ser marcado por um verdadeiro desmonte das estruturas administrativas, prejudicando diretamente a população.
Casos de destruição de equipamentos, desvio de produtos e materiais e até sabotagens em sistemas de informática têm se tornado frequentes. Essa prática nefasta é mais do que uma mera questão de má fé; é um ataque direto aos serviços públicos essenciais, como saúde, educação e transporte, entre outros. Quando esses atos ocorrem, o resultado é um colapso no funcionamento da prefeitura, comprometendo a continuidade de projetos e ações que são vitais para a comunidade.
Um dos aspectos mais preocupantes desse desmonte é a supressão de informações. Com a exclusão de dados dos sistemas de gestão pública, os novos gestores enfrentam uma verdadeira jornada de obscuridade. Sem um histórico adequado das ações anteriores, torna-se impossível planejar e executar políticas públicas eficazes. Essa falta de memória institucional não só atrasa o início de novas iniciativas, mas também perpetua a ineficiência e o desamparo da população.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
Diante desse cenário, é imperativo que os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União e dos Estados, os Ministérios Públicos Federal e Estaduais, assim como as Polícias Judiciárias que atuam no país, fiquem atentos e atuem de forma proativa. A responsabilidade desses agentes não se limita à repressão; é fundamental que haja uma prevenção eficaz desses atos de vandalismo administrativo. Se não houver uma atuação firme, a população pagará o preço mais alto, com a interrupção de serviços fundamentais e a piora da qualidade de vida nas cidades.
O desmonte das prefeituras é, portanto, um problema que vai além de uma questão política. É um reflexo de uma cultura de desrespeito ao bem público e à cidadania. Precisamos exigir que a ética e a responsabilidade sejam sempre priorizadas, independentemente do contexto eleitoral. O que está em jogo é o futuro das nossas cidades e, consequentemente, o bem-estar de seus cidadãos.
Em resumo, o alerta deve ser dado e a mobilização em defesa das instituições públicas deve ser constante. Não podemos permitir que interesses pessoais ou partidários se sobreponham ao compromisso de servir a população. A luta por uma administração pública eficiente e ética é de todos nós.
Hermann Hesse é jornalista e, atualmente, ocupa o cargo de Diretor de Jornalismo da Band Ceará. Ele também é o Editor-Chefe do Portal Terra da Luz.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Portal Terra da Luz. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, ou um outro artigo com suas ideias, envie sua sugestão de texto para portalterradaluz.
Leia também | Prefeitura emite 44 certificações ambientais e reforça compromisso com a sustentabilidade