

O abrir de jornais, revistas e sites, o acesso a qualquer tipo de publicação sobre as notícias do dia a dia deve, e recomenda-se, ser precedido de antidepressivos, calmantes, relaxantes, soníferos ou tenazes sessões de joelhos ao chão em oração. Não está fácil!
O hall de manchetes embebidas em sangue é imenso. O leque de absurdos narrados, em sistemáticos e macabros fatos de fúria e cólera, da mesma forma. A leitura ou escuta dos acontecimentos diários exige força e coragem, além de muita determinação. São assassinatos, desastres, casos de violência doméstica e escolar, sequestros, ameaças, mentiras, brigas, intrigas, discórdias, tramas, ilusões, golpes, armações, armadilhas, ambição, ganância. A lista é interminável.
A observância do ‘fenômeno vermelho’ na pauta da comunicação, dos comunicadores, pode levar a diferentes percepções.
Sob o olhar do realista, será a síntese do que se tornou nossa sociedade, de como ou no quê as pessoas se transformaram? Do ponto de vista dos negócios, serão assuntos que vendem mais e, portanto, devam virar tema permanente para publicação de matérias? Serão, num aspecto mais científico/analítico, o simples retrato da ‘involuída evolução’ da espécie e dos costumes? Ou será, para quem crê em Jesus Cristo, o claro anúncio do processo de retorno do Messias ao mundo dos pecadores, rumo ao apocalipse?
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O fato é que, seja qual for ou quais forem os motivos para tamanha disseminação e destaque à fúria cotidiana, vejo como necessário um freio de arrumação, uma pausa na corrida frenética das publicações para a apuração, para a compreensão, para a discussão da relevância, da importância de divulgação, do impacto na vida das pessoas, da utilidade, do compromisso com a ética, com a informação, com a saúde e a paz. Um pacto nobre em nome de algo muito maior que a notícia pela notícia, que o atropelo de vidas e mentes por conta de um dedo rápido, sem zelo ou decência. Um pacto em nome do Jornalismo, com J maiúsculo. Mais até. Um pacto pela autoestima, pela vida leve, pela essência, pelo bem.
Consumir informação é vital, natural e importante quanto a água. Bebida, nesse caso, para matar a sede da falta de informação, do desconhecimento. Consumir violência sempre, todos os dias, o que aflige e entristece, é embarcar no desgovernado trem da agonia, do sofrimento, da mutilação da alma, do destruir. É beber e morrer miseravelmente, de sede.
Paulo Nóbrega é jornalista e gerente de comunicação da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC)
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