A qualidade de vida de uma cidade passa, entre outros fatores, pela arborização. De acordo com o levantamento divulgado no último mês de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capital cearense ocupa a sétima posição neste ranking. Fortaleza ficou com um índice de 74,8%, cuja lista é liderada por Goiânia (89,3%). Também fazem parte Campinas (87,5%), Belo Horizonte e Porto Alegre (igualmente com 82,7%), e Curitiba (76,1%). O cálculo levou em consideração vias públicas com mais de um milhão de habitantes.
Um fator que vem impedindo o crescimento desse índice em Fortaleza é a construção desenfreada de paredões aéreos para construção de garagens de prédios, principalmente residenciais. O arquiteto e fundador da Reata Arquitetura & Engenharia, Jayme Leitão, explica que “sempre foi uma premissa da empresa, desde a sua formação, há 36 anos, preservar áreas verdes, pensar em gentileza urbana, promover a arte local e utilizar-se da melhor tecnologia disponível no mercado nacional e internacional”. Partiu da Reata, por exemplo, construir prédios sem muros, dando lugar a grades que permitem melhor ventilação, sem prejudicar a vizinhança. Enquanto isso, muitos construtores erguem grandes fachadas cegas, isolando o transeunte e aumentando a insegurança, o que é um pecado mortal em termos de urbanismo.
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Com um portfólio de 60 obras e vários projetos em andamento, além de outros que serão executados nos próximos 20, 30 ou 40 anos, a Reata reafirma o seu compromisso e a sua responsabilidade com a cidade e seus habitantes. A empresa opta por garagens subterrâneas, ainda que esse processo aumente o prazo de construção da obra e, consequentemente, o volume de aporte financeiro para a sua conclusão. Para Jayme Leitão, que tem debatido o tema com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE) e com a Prefeitura Municipal de Fortaleza, “é preciso rever a outorga onerosa aprovada pelo ente municipal e delimitar de forma mais restritiva as suas diretrizes”
“Nosso desejo é que Fortaleza seja referência no ir e vir, melhorando a qualidade de vida das pessoas, que poderão caminhar em passeios largos, sombreados e sem carros estacionados. Isso se traduz em mais segurança e mais gente ocupando o espaço público. Em outras palavras: mais valia urbana”
O fundador da Reata destaca sempre a importância fundamental do projeto. E por esse ser o foco da atividade da empresa, que também conta com uma equipe de profissionais engajados, capacitados e comprometidos com essa visão de uma cidade mais humana, todas as regras de verticalização são seguidas à risca. “Feita de maneira correta, a verticalização é uma forma inteligente de moradia, já que estamos preservando áreas verdes, aumentando o espaço para circulação de vento e de pessoas, oferecendo serviços de conveniência que permitem os deslocamentos a pé. Isso melhora a vida de todos e ainda movimenta a economia”, conclui Jayme Leitão.
Essa proposta de construção vertical inédita em Fortaleza, que começou no ano de 1988, ganhou um novo capítulo a partir do episódio do acidente que envolveu o deteriorado Edifício Versailles. Na ocasião, a Reata realizou uma delicada cirurgia urbana, implicando na construção de um novo prédio para o vizinho Edifício Amadeus, cujos moradores se mudaram para o novo Edifício Albamar, gerando, assim, a possibilidade de substituir duas edificações avariadas e degradadas pelo novo Edifício Excelsior. A partir dessa operação altamente complexa, a empresa passou a apostar num processo de renovação urbana na área nobre de Fortaleza, em que edificações degradadas venham a ser substituídas por uma nova arquitetura, proporcionando, assim, uma exponencial melhoria do padrão de vida de todos os envolvidos e do contexto urbano do entorno.
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