

Setor acumula resultados fracos e expectativas mais baixas para 2025 | Foto: Foto: REUTERS/Joa Souza
02 de dezembro de 2025 — A produção industrial brasileira segue em trajetória de perda de fôlego e registrou novo desempenho fraco em outubro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE. O setor ficou praticamente estável em relação a setembro (+0,1%) e acumulou queda de 0,5% frente ao mesmo mês do ano passado. Com isso, as projeções indicam que a indústria deve encerrar 2025 com crescimento de, no máximo, 1%, bem abaixo dos 3,1% registrados em 2024.
Economistas avaliam que a manutenção da taxa Selic em 15% continua impactando diretamente a atividade industrial, mais sensível ao crédito e às condições financeiras. Apesar disso, o desempenho heterogêneo entre os setores, somado ao mercado de trabalho aquecido, tem evitado uma retração mais acentuada.
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De acordo com André Valério, economista sênior do Inter, o avanço da produção ocorreu em 12 dos 25 ramos pesquisados. As indústrias extrativas foram o principal destaque positivo, com crescimento de 3,6% no mês após dois meses seguidos de queda. O setor automotivo também mostrou avanço (2%), assim como os produtos alimentícios (0,9%).
A análise da XP reforça a divergência de desempenho: enquanto a indústria manufatureira caiu 0,6%, a extrativa manteve ritmo robusto. Entre as categorias econômicas, três das quatro registraram crescimento mensal: Bens de Capital (+1%), Bens de Consumo Duráveis (+2,7%) e Bens de Consumo Semi e Não Duráveis (+1%). Já a categoria de Bens Intermediários recuou 0,8%, pressionada pela queda na produção de derivados de petróleo.
Para Valério, a combinação de juros altos, sensibilidade ao cenário macroeconômico e impactos do tarifaço americano deve manter o setor em trajetória de acomodação. A previsão do Inter é de crescimento de 0,5% em 2025.
A XP projeta estabilidade no curto prazo, com avanço de 1% neste ano e 1,3% em 2026. Para Claudia Moreno, do C6 Bank, a perda de ritmo da indústria é um indicativo de que o PIB de 2025 também crescerá menos que em 2024. A economista prevê alta de 2% no PIB deste ano e 1,7% no próximo.
O Goldman Sachs destaca que o setor está quase 1% abaixo do nível de junho de 2024 e, apesar de estímulos fiscais e aumento real da renda, deve continuar enfrentando pressões das condições financeiras restritivas. Já Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, prevê crescimento próximo de 0,9% em 2025, com forte volatilidade nos últimos meses do ano. O Bradesco estima estabilidade do PIB no quarto trimestre e alta de 2% no acumulado de 2025.
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