

Salário e benefícios do deputado federal Alexandre Ramagem foram suspensos por ordem do Supremo | Foto: Gustavo Moreno/STF
01 de dezembro de 2025 — A Câmara dos Deputados bloqueou o salário do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar está foragido nos Estados Unidos após ser condenado a 16 anos de prisão por participação na tentativa de golpe de Estado.
Segundo apuração do g1, a Casa também suspendeu a cota parlamentar do deputado, benefício destinado ao custeio de despesas relacionadas ao mandato. A medida segue o mesmo procedimento adotado contra os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP), que também deixaram o Brasil e tiveram seus salários bloqueados a pedido do ministro Alexandre de Moraes.
Atualmente, o salário mensal de um deputado federal é de R$ 46.366,19. As suspensões anteriores ocorreram em junho (Zambelli) e julho (Eduardo Bolsonaro). No caso de Ramagem, o corte foi determinado pelo STF em novembro.
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Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem viajou aos Estados Unidos na segunda semana de setembro, antes da conclusão do julgamento no Supremo. Ao decretar o fim da fase de recursos, Alexandre de Moraes classificou o deputado como “foragido” e determinou que a Polícia Federal adote as medidas necessárias para efetivar sua prisão.
Apesar da suspensão de salários e cotas, as estruturas de gabinete de Ramagem, Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli seguem ativas, com funcionários mantidos. Em nota, a Câmara afirmou apenas que cumpre todas as decisões judiciais e que o caso de Ramagem corre sob segredo de Justiça.
A Primeira Turma do STF também condenou Alexandre Ramagem à perda do mandato parlamentar e determinou que a Câmara declare a vacância do cargo. No entanto, a direção da Casa ainda não cumpriu a decisão.
Há divergências internas sobre o rito a ser seguido. Alguns setores defendem que a cassação só pode ser confirmada pelo plenário após análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), como ocorre em condenações criminais com trânsito em julgado.
Já a interpretação da Primeira Turma do STF é que, por estar preso em regime fechado, Ramagem não poderia comparecer às sessões, o que inevitavelmente levaria ao acúmulo de faltas acima do limite constitucional — motivo suficiente para declarar a perda do mandato administrativamente.
Situação semelhante ocorreu com Carla Zambelli, também condenada e foragida, cuja extradição pode ser solicitada pelo governo brasileiro. À época, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por seguir o rito tradicional e ignorar a determinação direta do STF.
Até o momento, Hugo Motta não informou qual procedimento será adotado para o caso de Ramagem.
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