

Helicóptero da Marinha dos Estados Unidos lança iscas de calor em exercício de combate no mar do Caribe | Foto: Andrew Eggert/Marinha dos Estados Unidos
29 de novembro de 2025 – A presença militar dos Estados Unidos no Caribe ganhou novo peso político desde agosto, quando o governo de Donald Trump autorizou operações voltadas ao combate a cartéis latino-americanos. De instrumento operacional, a estratégia passou a se tornar também uma vitrine de poder, com a Casa Branca intensificando a divulgação de manobras militares na região.
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Dados levantados pelo G1 mostram que o volume de imagens oficiais publicadas pelo Departamento de Defesa quadruplicou entre agosto e novembro, em comparação aos sete primeiros meses do ano. Especialistas avaliam que a ofensiva é menos militar e mais comunicacional, funcionando como pressão psicológica sobre o regime de Nicolás Maduro.
As publicações incluem cenas de tropas treinando combate aproximado em ambiente de selva, desembarques anfíbios em Porto Rico durante o exercício “Bold Alligator”, jatos realizando bombardeios no mar, helicópteros e aviões de guerra voando em formação, lanchas de ataque rápido em alta velocidade e navios realizando manobras conjuntas. Até reparos de caças F-35 passaram a integrar o repertório das divulgações.
Embora o acúmulo de imagens sugira tensão elevada, analistas descartam uma ofensiva terrestre: com cerca de 13 mil militares na estrutura atual, os EUA não têm efetivo suficiente para esse tipo de operação. O movimento, afirmam, busca cercar o governo venezuelano por meio de demonstrações constantes de poder.
O dispositivo mobilizado no Caribe inclui o porta-aviões USS Gerald Ford, destróieres, embarcações anfíbias, caças, helicópteros e ao menos um submarino nuclear. A dimensão é considerada incomum para a região, fortalecendo a mensagem de isolamento ao regime de Maduro.
Do outro lado, Maduro reage de forma pública e privada. Em discursos e aparições, alterna apelos por paz em inglês, marchas contra o “imperialismo” e vídeos performáticos, tática que analistas classificam como “diplomacia da comédia”. Nos bastidores, porém, tenta negociar. Segundo o New York Times, o venezuelano ofereceu aos EUA monopólio sobre recursos minerais e petrolíferos e até a possibilidade de permanecer por mais alguns anos no poder antes de renunciar — propostas rejeitadas por Washington.
A escalada permanece, por ora, no terreno simbólico e estratégico. Trump utiliza a vitrine militar para pressionar; Maduro busca resistir combinando espetáculo e tentativas diplomáticas. O resultado mantém o Caribe como palco de um confronto visível, marcado mais por imagens, mensagens e movimentos táticos do que por tiros.
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