

Desde domingo, quando o Cumbre Vieja entrou em erupção, uma área do tamanho de 153 campos de futebol foi afetada pelos fluxos de lava | Foto: Arturo Rodrigues/Jornal El Pais
O vulcão Cumbre Vieja, no arquipélago das Canárias, na Espanha, continua expelindo lava, que destrói tudo o que encontra pelo caminho em direção à costa da ilha de La Palma. O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan) informou que, segundo as suas medições, a erupção vulcânica em La Palma emitiu diariamente entre 6.140 e 11.500 toneladas de dióxido de enxofre (SO2) para a atmosfera. E há o receio de que, quando houver o contato da lava com a água do Oceano Atlântico, possam ser emitidos ainda mais gases tóxicos.
A erupção já causou a retirada de 6.100 pessoas, incluindo 400 turistas “que foram afastados das zonas de risco” e instalados em Tenerife, a maior das ilhas do arquipélago, de acordo com declaração do governo regional das Ilhas Canárias, feita ao fim do dia da terça-feira (21/9).
Desde domingo (19/9), quando o Cumbre Vieja entrou em erupção, uma área de 153 hectares (equivalente ao tamanho de 153 campos de futebol) foi afetada pelos fluxos de lava. A estimativa foi feita pelo Involcan com base em imagens de satélite do programa europeu Copernicus. O último mapa fornecido pelo programa europeu de monitorização de emergência mostra a situação às 8h14 da manhã dessa terça-feira (21/9).
Apesar dessa situação na ilha de 85 mil habitantes, não houve mortos ou feridos. Mas os danos são enormes, acima de 400 milhões de euros, segundo o presidente da comunidade autônoma das Canárias, Angel Victor Torres. Até agora, a lava destruiu 185 prédios, 63 dos quais podem ser casas, informou o governo regional.
As imagens da destruição provocadas pela lava do vulcão ganharam as redes sociais:
Lava meeting a swimming pool, during the #CumbreVieja eruption.
— Paul Byrne (@ThePlanetaryGuy) September 20, 2021
(Drone footage, via @yerayvm) pic.twitter.com/oxc91PdY64
A erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha espanhola de La Palma, pode durar entre 24 e 84 dias, com média geométrica de cerca de 55 dias, segundo cálculos do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias (Involcan). O instituto explicou, por meio das redes sociais, que a duração da erupção é uma das perguntas que os especialistas fazem frequentemente e, embora não seja fácil de responder, pode ser calculada utilizando os dados conhecidos sobre a duração das erupções históricas que ocorreram na ilha de La Palma.
De acordo com esses dados, a última erupção vulcânica na ilha, a de Teneguía em 1971, durou 24 dias; a de San Juan em 1949, 47 dias, e a de Charco em 1712, 56 dias. A erupção do vulcão San Antonio, datada entre 1667 e 1678, durou 66 dias; a do Tigalate, em 1646, durou 82 dias e a de Tehuya, em 1585, 84 dias. Para o vulcão Tacande, que entrou em erupção entre 1430 e 1440, não há dados sobre quanto tempo durou o processo.
Com esses dados, o Involcan calcula que a erupção atual, que começou no domingo (19/9), poderia durar, em média 55 dias, com um máximo de 84 dias e um mínimo de 24.
Com informações de RTP – Madri/Agência Brasil
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