

A conclusão é defendida por Daniel E. Lieberman, biólogo evolutivo de Harvard, que classifica a regra das 8 horas como um “nonsense da Era Industrial | Foto: reprodução
15 de novembro de 2025 – O tradicional conceito de que um adulto precisa dormir oito horas por noite está sendo cada vez mais contestado pela ciência. Pesquisas recentes e análises evolutivas indicam que o sono ideal gira em torno de sete horas, enquanto dormir menos ou mais do que isso pode aumentar os riscos à saúde, formando um padrão em “U”.
A conclusão é defendida por Daniel E. Lieberman, biólogo evolutivo de Harvard, que classifica a regra das 8 horas como um “nonsense da Era Industrial”. Em estudos com populações sem acesso à eletricidade moderna, pesquisadores observaram rotinas de sono entre seis e sete horas, sem a necessidade de cochilos durante o dia. Os resultados foram detalhados por Lieberman no livro Exercised: The Science of Physical Activity, Rest and Health e reforçados em entrevistas a podcasts internacionais.
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Segundo Lieberman, a crença moderna estaria ligada à Revolução Industrial, período em que rígidas jornadas de trabalho impulsionaram uma cultura de compensação de sono noturno. No entanto, dados epidemiológicos atuais apontam que a menor taxa de mortalidade costuma ocorrer entre pessoas que dormem cerca de sete horas, com aumento de riscos para quem dorme menos ou mais do que isso.
A análise apresenta um padrão em formato de “U”, com piora em indicadores cardiovasculares, metabólicos e de envelhecimento biológico nos extremos de duração do sono.
Em explicação publicada pela revista Fortune, a cientista do sono Rebecca Robbins destaca que mais de um terço dos adultos nos EUA não alcança sequer sete horas de descanso, e que a busca por qualidade de sono é tão importante quanto o número total de horas dormidas.
A Academia Americana de Medicina do Sono e a Sociedade de Pesquisa em Sono recomendam que adultos durmam sete horas ou mais por noite, sem impor oito horas como norma fixa. A Mayo Clinic aponta que a necessidade individual também varia conforme fatores como idade, saúde, qualidade do sono, gravidez e histórico de privação.
Pesquisas com grandes bancos de dados, como o U.K. Biobank, mostram que tanto o sono curto (menos de 7 horas) quanto o sono prolongado (acima de 9 horas) estão associados a riscos maiores de mortalidade geral e doenças cardiovasculares, mesmo quando ajustados fatores de estilo de vida e condições pré-existentes.
Estudos de biomarcadores também reforçam essa relação, sugerindo que habituar-se a desvios nos padrões recomendados pode refletir em sinais de envelhecimento biológico acelerado.
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