

Aldemir Freire (d) destacou a intensificação dos aportes do banco para manutenção do bioma | Foto: Fernando Cavalcante
11 de novembro de 2025 — O Banco do Nordeste (BNB) anunciou, nesta terça-feira (11), durante a COP30, em Belém (PA), a destinação de R$ 50 milhões em recursos não reembolsáveis para projetos de preservação e recuperação da Caatinga nos próximos cinco anos. O anúncio foi feito pelo diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire, no painel “Floresta Seca do Brasil e seu potencial para sequestro de carbono”.
Segundo Aldemir Freire, o Banco vem ampliando o apoio à Caatinga em razão de seu valor social, ambiental e climático. “A Caatinga é uma das florestas secas mais ricas do planeta e desempenha papel essencial na regulação climática e na manutenção da biodiversidade do semiárido. O Banco do Nordeste tem intensificado seu apoio à recuperação e ao uso sustentável desse bioma, integrando a agenda ambiental à sua estratégia de desenvolvimento regional”, destacou o diretor.
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O novo aporte se soma a iniciativas recentes do BNB, como o Edital BNB nº 01/2025, do Fundo Sustentabilidade BNB, e o Edital nº 25/2024 – Floresta Viva/Caatinga Viva, desenvolvido em parceria com o BNDES e o FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade).
O Edital 01/2025 destinou R$ 15 milhões a instituições públicas e privadas sem fins lucrativos voltadas à recuperação ambiental e ao uso sustentável da Caatinga. A primeira fase de seleção já foi concluída, com 69 projetos classificados que seguem para a etapa final ainda em novembro de 2025.
Já o Edital Floresta Viva/Caatinga Viva selecionou 11 projetos, com R$ 26,17 milhões em recursos, destinados à restauração de 1.632 hectares de áreas estratégicas do bioma. Os recursos estão em fase de desembolso e execução.
Somadas, essas iniciativas representam R$ 41,17 milhões já investidos na recuperação da Caatinga — valor que será ampliado com os R$ 50 milhões adicionais anunciados na COP30, consolidando o BNB como o principal agente financeiro voltado à sustentabilidade do semiárido brasileiro.
A Caatinga ocupa cerca de 10% do território nacional, abrangendo os nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais, e abriga aproximadamente 28 milhões de pessoas. Apesar de parecer árida, é uma das florestas secas mais biodiversas do planeta, com milhares de espécies endêmicas adaptadas à escassez hídrica.
A pesquisadora Sabrina Oliveira, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), destacou durante o painel que o bioma tem grande potencial de sequestro de carbono. “Cerca de 45% do carbono que a Caatinga retira da atmosfera permanece em sua estrutura, um índice superior ao da Amazônia, que gira em torno de 35%”, afirmou.
Mesmo assim, o bioma enfrenta taxas preocupantes de desmatamento, com quase 50% de sua cobertura vegetal alterada por atividades humanas. A ampliação do crédito não reembolsável anunciada pelo BNB fortalece ações voltadas à restauração ecológica e ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em consonância com as metas do Acordo de Paris e a agenda climática global.
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