

Efeitos do clima extremo já afetam a saúde respiratória da população | Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
09 de novembro de 2025 — As mudanças climáticas estão provocando impactos diretos na saúde humana, especialmente no aumento de alergias e doenças respiratórias. O alerta foi feito pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) em uma carta enviada ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, manifestando preocupação com os efeitos do aquecimento global, da poluição atmosférica e das catástrofes ambientais sobre o bem-estar da população.
O tema será debatido no 52º Congresso de Alergia e Imunologia, que ocorre de 13 a 16 de novembro, em Goiânia, coincidindo com a realização da COP30 em Belém (PA).
Segundo a presidente da Asbai, Fátima Rodrigues Fernandes, as doenças alérgicas, como asma, rinite e dermatite atópica, têm se tornado mais frequentes devido à degradação ambiental. “Essas doenças têm origem genética, mas o fator ambiental é decisivo para seu agravamento. O aumento da poluição e das temperaturas modifica as defesas naturais do organismo, provocando inflamações nas mucosas respiratórias e na pele”, destacou a médica.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
De acordo com estudos citados pela Asbai, a intensificação dos incêndios florestais na Região Norte elevou em até 60% a emissão de fumaça e partículas poluentes, aumentando a incidência de doenças respiratórias em todo o país. Crianças, idosos, gestantes e populações vulneráveis são os mais afetados.
“Esses poluentes — pólens, fungos e ácaros — se multiplicam com o calor e a umidade, intensificando as alergias”, explicou Fátima Fernandes. Ela também alertou sobre a poluição por microplásticos, que atinge tecidos e órgãos humanos, interferindo no sistema imunológico. “O Brasil é o quarto maior produtor de plástico do mundo, e boa parte desse material contamina a água e os alimentos que consumimos”, acrescentou.
A médica lembrou que os efeitos climáticos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul, dificultam o acesso de pacientes crônicos a tratamentos, aumentando crises de asma e outras doenças.
A Asbai defende que a COP30 seja um marco na retomada das negociações do Tratado Global contra a Poluição Plástica, assinado em 2022. “Precisamos transformar compromissos em ações concretas, com políticas públicas voltadas à saúde e à sustentabilidade”, afirmou Fátima Fernandes.
O congresso da Asbai reunirá cerca de 200 especialistas nacionais e internacionais, incluindo representantes da World Allergy Organization (WAO), da American Academy of Allergy, Asthma & Immunology (AAAAI) e da European Academy of Allergy and Clinical Immunology (EAACI).
Leia também | Ceará leva a pauta da Caatinga à COP 30 e reforça papel do semiárido no combate à crise climática
Tags: mudanças climáticas, alergias, doenças respiratórias, COP30, aquecimento global, poluição, Asbai, saúde pública, meio ambiente, Congresso de Alergia e Imunologia, ONU, microplásticos, asma, rinite, dermatite atópica, aquecimento global, emissões de CO2, Rio Grande do Sul, ONU clima, Goiânia, André Corrêa do Lago, Tratado Global contra a Poluição Plástica, saúde ambiental