

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) durante sessão no plenário | Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
29 de outubro de 2025 — O Senado Federal deve instalar, na próxima terça-feira (4), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, em meio à comoção nacional provocada pela operação policial no Rio de Janeiro que resultou em mais de 120 mortes. A iniciativa foi anunciada nesta quarta-feira (29) pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que defende uma apuração ampla sobre o avanço das facções criminosas e o possível envolvimento de agentes públicos com o crime.
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Segundo o senador, a CPI terá como foco investigar o crescimento das facções em diferentes regiões do país, as falhas estruturais nas políticas de segurança e os eventuais vínculos entre o crime e o poder público. A medida surge após a Operação Contenção, no Rio de Janeiro, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV) e é considerada a mais letal da história do estado.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro confirmou que o número de mortos ultrapassa 121 pessoas, incluindo civis e policiais. A ação mobilizou cerca de mil agentes das polícias Civil e Militar nas comunidades da Penha e do Alemão, e gerou denúncias de execuções e abusos durante os confrontos.
Em publicação no X (antigo Twitter), o senador Alessandro Vieira criticou a escalada da violência e a ausência de políticas efetivas de segurança pública:
“Planos para assassinar mais autoridades em São Paulo, guerra urbana com dezenas de mortos no Rio, avanço das facções no Norte e Nordeste — tudo consequência de décadas de abandono, corrupção e incompetência.”
O parlamentar afirmou que a criação da CPI “não é uma pauta eleitoreira”, mas uma resposta institucional à crise de segurança pública nacional. Ele defendeu que a comissão promova uma estratégia coordenada entre União, estados e municípios, com foco em resultados duradouros.
“Essa tragédia tem solução, como mostram exemplos dentro e fora do Brasil. Mas a construção de caminhos vai exigir coragem, conhecimento técnico e união de esforços entre municípios, estados, União e sociedade civil”, declarou Vieira.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), confirmou a instalação da CPI e afirmou que o país precisa reagir de forma integrada à escalada do poder das facções.
“É hora de enfrentar esses grupos com a união de todas as instituições do Estado brasileiro, assegurando a proteção da população diante da violência que ameaça o país”, afirmou Alcolumbre.
A operação no Rio, que motivou a criação da CPI, continua sendo alvo de críticas de entidades de direitos humanos, movimentos sociais e familiares das vítimas, que denunciam execuções sumárias e o uso excessivo da força.
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