

Foto: Christian Dubovan/Unsplash
25 de outubro de 2025 — O aumento da concorrência no setor financeiro brasileiro vem diminuindo o chamado “preço do dinheiro”, termo usado para definir o custo do crédito, baseado nas taxas de juros cobradas por bancos e instituições financeiras. A entrada de fintechs, bancos médios, cooperativas de crédito e plataformas digitais vem estimulando a competitividade e tornando os empréstimos mais acessíveis para pessoas físicas e jurídicas.
De acordo com levantamento da Elos Ayta Consultoria, conduzido pelo economista Einar Rivero, os cinco maiores bancos do país concentravam 86% dos empréstimos em 2013. Em 2025, essa participação caiu para 78%, refletindo a ascensão de novos agentes financeiros.
“Esses novos participantes conquistaram espaço ao oferecer serviços digitais, custos menores e operações mais simples. Com isso, passaram a disputar diretamente o público que antes dependia das grandes instituições”, explica Rivero.
Para o economista, essa mudança marca uma transformação estrutural no sistema bancário, em que o crédito começa a ser tratado como um serviço de mercado sujeito à concorrência e transparência, impulsionado pelo avanço tecnológico e pelo comportamento digital dos consumidores.
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A disputa por clientes e capital tem forçado grandes bancos a reduzirem suas margens e diminuírem os spreads bancários — diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e o que é pago aos investidores.
Em 2016, o spread médio para empresas era de 14,11 pontos percentuais; em 2025, caiu para 9,61 p.p., uma redução de 4,5 p.p.. Entre as pessoas físicas, o indicador também recuou de 41,15 p.p. (2017) para 33,53 p.p. neste ano, segundo o estudo.
O avanço das plataformas de investimento e a adoção do Open Finance foram determinantes para ampliar o acesso e reduzir o custo do crédito. Segundo Rivero, o ambiente digital quebrou barreiras geográficas e informacionais, permitindo que bancos médios competissem em escala nacional.
“Antes, o cliente aplicava em um banco e tomava empréstimo no mesmo lugar. Hoje, ele pode investir em um CDB de um banco médio e contratar crédito de outro, tudo online. A consequência é a queda no custo de funding e aumento da concorrência, o que pressiona o spread e torna o crédito mais barato”, afirma o economista.
Ele destaca ainda o papel da regulação financeira, que com o Pix, o marco das fintechs e o Open Finance, criou um sistema mais integrado e transparente. “O consumidor pode autorizar o acesso ao seu histórico financeiro e receber propostas em segundos. Isso democratiza o crédito e favorece quem busca melhores taxas”, explica.
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