

23 de setembro de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o Debate Geral da 80ª Sessão Ordinária da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com críticas diretas às sanções unilaterais impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Em seu discurso, Lula afirmou que o mundo vive um aumento do autoritarismo e alertou para os riscos de enfraquecimento da democracia.
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Segundo o presidente, o sistema internacional enfrenta uma “nova encruzilhada” diante do enfraquecimento das instituições multilaterais. Lula apontou que a consolidação de uma “desordem internacional” tem sido marcada por sanções arbitrárias e intervenções unilaterais, que colocam em xeque a autoridade da ONU.
“O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades. Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas”, afirmou.
Ele destacou ainda que forças antidemocráticas atuam em várias partes do mundo, buscando sufocar liberdades, atacar a imprensa e utilizar a violência para fragilizar instituições. Segundo Lula, o Brasil, mesmo diante de pressões externas e internas, optou por resistir e defender sua democracia, reconquistada há quatro décadas após o fim da ditadura militar.
As declarações de Lula ocorreram em meio ao agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. O governo norte-americano, sob liderança de Donald Trump, aplicou uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros e adotou sanções contra autoridades do Judiciário.
Em julho, Trump utilizou a chamada Lei Magnitsky para sancionar o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. A medida, que prevê bloqueio de bens e empresas nos EUA, foi vista pelo governo brasileiro como interferência indevida no Judiciário.
Outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também tiveram seus vistos cancelados, incluindo Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.
Na segunda-feira (22), as sanções foram ampliadas e atingiram a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes. O governo brasileiro reagiu com indignação e afirmou que o país “não se curvará a mais essa agressão”.
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Tags: Lula, Assembleia da ONU, ONU, sanções EUA, democracia no Brasil, Donald Trump, Alexandre de Moraes, STF, política internacional, relações Brasil EUA