

“Brasil não é uma republiqueta”, diz Lula | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
3 de agosto de 2025 – Durante convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, neste domingo (3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional, em meio ao impacto do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com os outros países. Eu não preciso ficar subordinado ao dólar”, declarou Lula.
A medida anunciada pela Casa Branca impacta cerca de 36% das exportações do Brasil e teria sido motivada, segundo analistas, pela proposta em debate no grupo dos Brics de substituir o dólar em transações comerciais globais. Embora os EUA não tenham mencionado oficialmente essa justificativa, o ex-presidente Donald Trump, atual mandatário norte-americano, já havia feito ameaças nesse sentido durante a Cúpula do Brics, realizada no início de julho no Rio de Janeiro.
Em tom firme, o presidente brasileiro ressaltou que não busca confronto com os EUA, mas que o país deve ser respeitado por sua soberania e interesses estratégicos.
“Os EUA são muito grandes, com a maior economia e tecnologia do mundo, mas nós queremos ser respeitados. Nós não somos uma republiqueta”, afirmou Lula. Ele também criticou a tentativa de politizar a taxação econômica, citando como exemplo a insatisfação de Trump com o julgamento de Jair Bolsonaro no Brasil.
Apesar das críticas, Lula reiterou que o governo brasileiro está aberto ao diálogo com os EUA. Ele destacou que, atualmente, o Brasil tem relações comerciais diversificadas e que os laços diplomáticos com os norte-americanos, que duram mais de dois séculos, continuarão sendo respeitados.
“O Brasil hoje não é tão dependente como já foi dos Estados Unidos. Estamos mais tranquilos do ponto de vista econômico”, disse.
O presidente concluiu que o governo irá atuar na defesa de empresas e trabalhadores impactados pelo tarifaço e reafirmou que as propostas brasileiras já foram apresentadas por Geraldo Alckmin e Mauro Vieira.
Após a formalização das taxas, o Departamento do Tesouro dos EUA entrou em contato com o Ministério da Fazenda para dar início às tratativas. O presidente Trump afirmou, na última sexta-feira (1º), que está disposto a conversar com Lula.
O ministro Fernando Haddad também anunciou que o governo brasileiro deverá divulgar, nos próximos dias, um pacote de medidas e linhas de crédito para apoiar os setores mais afetados pelas tarifas impostas.
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