

Foto: CNI/José Paulo Lacerda
A atividade econômica brasileira registrou crescimento no início de 2025, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) subiu 0,9% em janeiro, na comparação com dezembro de 2024, quando os dados são ajustados para o período. Em termos absolutos, o índice atingiu 154,6 pontos no primeiro mês do ano.
Em comparação com janeiro de 2024, o crescimento foi de 3,6%, enquanto o acumulado em 12 meses registrou alta de 3,8%. O IBC-Br serve como um termômetro da evolução da atividade econômica brasileira e auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) na definição da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está fixada em 13,25% ao ano.
O índice é composto por dados relativos a setores chave da economia – como indústria, comércio, serviços e agropecuária – e também inclui o volume de impostos. O Copom, ao utilizar essas informações, define sua política monetária com o objetivo de controlar a inflação, que tem sido uma preocupação central no cenário atual.
Quando a Selic é aumentada, como tem ocorrido recentemente, o objetivo é esfriar a economia para combater a inflação, já que os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. Contudo, taxas mais altas podem dificultar o crescimento econômico. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, estimulando o consumo e a produção, mas sem o mesmo controle sobre a inflação.
>>>SIGA O YOUTUBE DO PORTAL TERRA DA LUZ <<<
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também apresentou resultados preocupantes. Em fevereiro, o índice registrou uma alta de 1,31%, impulsionada principalmente pela energia elétrica. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA alcançou 5,06%, ultrapassando o teto da meta de inflação, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Com o dólar em alta e o cenário internacional gerando incertezas, o Banco Central decidiu aumentar novamente a Selic em janeiro, consolidando o quarto aumento consecutivo. Na próxima reunião, prevista para esta semana, o Copom já confirmou que elevará a taxa para 14,25% ao ano, mas não esclareceu se haverá novos aumentos em maio, dependendo da evolução da inflação.
Apesar do crescimento do IBC-Br, o mercado tem revisado para baixo suas estimativas para o crescimento econômico de 2025, devido à pressão inflacionária e à política monetária restritiva. As incertezas sobre o futuro econômico global também contribuem para o ajuste nas previsões.
Embora o IBC-Br seja uma ferramenta importante para monitorar a atividade econômica, ele segue uma metodologia diferente da utilizada para calcular o Produto Interno Bruto (PIB), que é o indicador oficial da economia brasileira, divulgado trimestralmente pelo IBGE. Em 2024, o PIB brasileiro registrou um crescimento de 3,4%, representando o quarto ano consecutivo de expansão, a maior desde 2021, quando o crescimento foi de 4,8%.
O IBC-Br, portanto, tem um papel complementar, ajudando na formulação da política monetária, mas não deve ser considerado como uma prévia exata do PIB.
Com informações da Agência Brasil
Leia também | Banco do Nordeste disponibiliza R$ 252,5 milhões para inovação no Ceará em 2025