A PwC Brasil, por meio do Agtech Innovation, lança no mercado o Report “Novos Paradigmas para a Inovação no Agro”, baseado nas discussões do Agtech Meeting 2023 – que teve apoio estratégico da Aguassanta Desenvolvimento Imobiliário e da instituição de ensino Pecege.
O lançamento do relatório acontece em diferentes formatos, para todos os tipos de público. Em relatório de 100 páginas, são apresentados artigos completos assinados por especialistas que aprofundam temas de interesse da cadeia do agronegócio a partir dos drivers Negócios, Tecnologia, Meio-Ambiente e Pessoas – detalhando os pontos debatidos por grandes nomes do setor em cada um dos painéis do maior evento anual de inovação aberta do agro no Brasil. Além do relatório completo, guias temáticos, dinâmicos e visuais trazem os destaques dos “Novos Paradigmas para a Inovação no Agro” a partir dos quatro drivers.
“No Report lançado pelo PwC Agtech Innovation são discutidas as tendências que vão ditar os rumos do agronegócio nos próximos anos. O material propõe reflexões sobre a tríade do ESG e sua repercussão dentro das empresas, aborda a diversidade de gênero e importância da presença feminina no agronegócio, aponta as oportunidades e casos de uso da inteligência artificial no campo e traz ainda um recorte sobre os M&As no setor, além de uma série de outros temas”, diz Maurício Moraes, sócio-líder de Agribusiness na PwC Brasil e CEO do Agtech Innovation.
Abaixo, alguns insights que permearam os debates envolvendo os quatros drivers que ditam as tendências de inovação no agronegócio:
Sustentabilidade corporativa e ESG são conceitos diferentes. O primeiro tem foco na geração de valor para as diversas partes interessadas em um negócio, principalmente nos pilares social, ambiental e econômico. Já o ESG (sigla em inglês para social, ambiental e governança) nasceu fundamentado na visão de um único stakeholder, o investidor – que já tinha uma visão dos aspectos financeiros e passou a incorporar aspectos de sustentabilidade (no âmbito social e ambiental) para tomar decisões de investimentos.
Hoje, no cenário internacional, a oferta de prêmios pela produção sustentável tem ficado restrita ao pagamento diferenciado por produtos livres de desmatamento. Num contexto de estímulo à agricultura regenerativa no Brasil – ainda restrita a uma área de cerca de 3,5 milhões de hectares – dar apoio técnico e técnico-financeiro aos produtores é uma necessidade, e representa uma grande oportunidade para grandes empresas e startups.
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O movimento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) tem movimentado o mercado agro, principalmente no recorte de startups adquiridas por grandes corporações. Segundo dados da área de Deals da PwC Brasil, o setor se mostra resiliente frente a outros mercados no pós-pandemia. Em relação ao universo total de transações de M&A no país, de janeiro a agosto de 2023, a PwC aferiu que o agro respondeu por 7%, ante 4% no mesmo período de 2022.
No caso dos investimentos de venture capital nas ag&food techs latino-americanas, que tiveram uma significativa redução após a pandemia, a discussão gira em torno das hipóteses de desaceleração, na visão das principais gestoras especializadas no setor. O debate revela ainda um retrato das fontes de financiamento da comunidade online de startups do Agtech Innovation. Entre elas, 51 % operam com recursos próprios ou de amigos e familiares (bootstrap); 29,4% com recursos a fundo perdido e apenas 18,6% com capital de investidores-anjo ou aceleradoras.
Consideradas fábricas de startups, as venture builders vêm ganhando espaço também dentro das empresas. O conceito é de maximizar o potencial de sucesso de soluções inovadoras usando das engrenagens operacionais de grandes corporações, mas sem perder a cultura ágil. Cases de sucesso, de corporate venture builders são apresentados no relatório e debatidos por especialistas.
A inteligência artificial é colocada no centro do debate, para aprofundar em aplicações e dilemas do uso massivo no campo. Câmeras que identificam animais na cadeia produtiva da carne e do leite, IA para análise de crédito e risco financeiro, predição de eventos que auxiliam no controle das operações, são alguns exemplos de uso. Mas quais as questões éticas para avanço da tecnologia? A mão de obra no campo está preparada para o salto tecnológico que estamos vivendo e que ainda vem pela frente? Essas e outras questões encontram um norte no report de tendências.
No agronegócio, a demanda por soluções, para facilitar a concessão de crédito e melhorar a oferta para os diversos agentes do mercado, é crescente – o que impulsiona o surgimento de novas agfintechs. Segundo o Radar Agtech, da Embrapa, o número de startups com soluções de crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária chegou a 85 em 2023 – e o movimento não para por aí. Nas grandes empresas, a criação de fintechs também avança, seja para potencializar verticais do negócio, orquestrar de ponta a ponta um ecossistema de soluções ou mesmo resolver desafios que são inerentes às indústrias, que querem vender cada vez mais e melhor. Três cases com gigantes do agro mostram, na prática, como essa tendência está ganhando corpo.
Peça-chave na cadeia do agro, o produtor rural tem ganho protagonismo no ecossistema de inovação quando o assunto é testar, desenvolver e investir em novas tecnologias. No centro do debate sobre o pipeline de inovação das empresas e startups, produtores e produtoras destacam a necessidade de o mercado se aprofundar na curva de adoção tecnológica para diferentes perfis, incentivar a capacitação da mão-de-obra nas fazendas, tropicalizar soluções e contribuir com a expansão da conectividade.
Resiliência, foco nos resultados, colaboração e inteligência emocional: essas são as soft skills mais demandadas pelas organizações, segundo especialistas citados no relatório, que acreditam que elas podem ser desenvolvidas junto aos colaboradores por meio de treinamentos. Para metrificar os resultados dessas ações, a sugestão é analisar três esferas: mensuração do consumo dos conteúdos e engajamento da equipe; evolução da competência trabalhada ao longo do treinamento e impacto da capacitação para os resultados da organização. Com o devido acompanhamento dos gestores, a expectativa é poder olhar para essas soft skills de forma mais tangível e depreender quais geram mais valor para os negócios.
Agilidade e adaptabilidade, experimentação e antifragilidade são as características em alta do lado das startups que, enquanto crescem, têm o desafio de preservar e comunicar esses e outros atributos. Na jornada, especialistas recomendam atenção extra aos princípios e à cultura que se quer manter, sobretudo na hora de avaliar novos candidatos a fazer parte do time. Muitas vezes uma contratação errada pode gerar custos significativos, implicando na perda de até oito meses de investimento, considerando o período para absorver o novo profissional, treiná-lo para a posição e chegar à conclusão de que o melhor é seguir com seu desligamento.
A fim de identificar e construir, de forma propositiva, um agronegócio mais inclusivo, a pesquisa #MulheresQueInovamOAgro chegou à sua segunda edição em 2023. Iniciativa do PwC Agtech Innovation, a pesquisa contou com a participação de 838 respondentes de todo o Brasil e uma das constatações é que ainda existem desafios para a atuação feminina na cadeia. Manterrupting (interrupção masculina em uma conversa, com 53,7%), mansplaining (explicação de algo óbvio por uma pessoa do sexo masculino, com 47,3%) e bropriating (apropriação de ideias, com 37,7%) são alguns dos desafios a serem superados.
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