Brasil possui uma grande diversidade quando falamos de cultura e belezas naturais, mas não para por aí! Dentro do país temos geodiversidade e biodiversidade únicas que compõem um patrimônio natural sem igual. Estamos falando dos geoparques: lugares que concentram grande parte da diversidade abiótica do Brasil.
Integrando o programa da (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) Unesco, o Brasil tem o reconhecimento de três Geoparques Mundiais: o Araripe (CE), Seridó Geoparque (RN), e Caminhos dos Cânions do Sul (localizado entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina). Ainda em 2022, dois novos territórios buscam fazer parte do programa: Caçapava e Quarta Colônia, ambos no estado do Rio Grande do Sul. Sendo assim, vale destacar que o Brasil está na mesma lista que países como Canadá, Chile, Equador, Peru e Uruguai.
O reconhecimento da Unesco para o Brasil veio após quase duas décadas de análises. A notícia foi recebida com muita comemoração da comunidade científica, gestores públicos e as populações desses territórios no último mês de abril.
A variedade natural dos geoparques é impressionante, assim como tudo o que há no nosso país incluindo elementos como rochas, minerais, fósseis, formas de relevo, de solo, estruturas e uma linda paisagem que embeleza as fotos dos turistas.
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Localizado no sul do Ceará, o geoparque Araripe apresenta aproximadamente uma área de 3.789 km2 (IBGE/FUNCEME, 2001). O território é conhecido por estar inserido em um importante período geológico chamado Cretáceo – da Era Mesozoica onde habitou fósseis de 150 à 90 milhões de anos.
Esses fósseis têm sido fonte de inspiração para os artesãos, artistas plásticos e agentes culturais da região, especialmente àqueles que se dedicam a arte de criação de geoprodutos, a exemplo da confecção de réplicas de fósseis comercializáveis liberadas pelas autoridades competentes dos órgãos ambientais. A região também se destaca pelo sistema hidrogeológico que transforma esse recorte territorial em um oásis no semiárido nordestino.
Em maio de 2022, foram registrados 998 fósseis do período Cretáceo que haviam sido retirados ilegalmente do Geoparque Araripe. Pesando cerca de duas toneladas, os materiais possuem a variedade de fósseis de peixes, insetos, aves, plantas e até pterossauros (répteis voadores) que viveram há mais de 145 e 65 milhões de anos atrás.
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O território situa-se na região centro-sul do Estado do Rio Grande do Norte com uma vegetação caracterizada pela caatinga. Em razão de um clima muito rigoroso, algumas espécies passam por altos índices de xerofilismo (condição de sobrevivência da espécie no ambiente).
Em sua paisagem estão compostos três tipos de vegetação predominantes: um estrato arbóreo predominando aroeira, braúna, imburana, pereiro, algaroba e craibeira; um segundo tipo com galhos retorcidos e espinhosos, atingindo até 3 metros de altura, descritas como catingueira; faveleira; pinhão-bravo; jurema; oiticica e marmeleiro; e por fim, um estrato rasteiro, a cerca de 50 cm do solo, formado por xiquexique, macambira e palma de espinhos.
Localizado entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o território possui uma grande diversidade de esportes que podem ser praticados na natureza, entre eles a caminhada, rapel, escalada, banhos em quedas d’águas e piscinas naturais, voo livre, balonismo, cicloturismo e etc. As atividades proporcionam ainda geração de renda para a comunidade e uma experiência única para os turistas que visitam a região.
O território é composto por praias, lagoas e também possui uma grande quantidade de paleotocas – abrigos subterrâneos escavado por mamíferos da megafauna, que abrigaram animais de mais de 10 mil anos e hoje faz parte do roteiro turístico dos visitantes. O local chama atenção por suas gravuras rupestres e pela recente descoberta de troncos de árvores fossilizados.
Em parceria com a Unesco, o Ministério do Turismo lançou, em abril de 2022, o “Manual de Desenvolvimento de Projetos Turísticos de Geoparques no Brasil”. O objetivo do projeto é promover o desenvolvimento turístico nesses territórios, além de tornar mais visível a possibilidade de turismo nessas áreas do país. O estudo proporciona o direcionamento de políticas públicas e orienta ações de investimento, de marketing e de promoção para o setor de mercado. Acesse AQUI.
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