

Aproximadamente 60 policiais federais cumpriram seis mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de sequestro de bem imóvel | Foto: divulgação/Polícia Federal
A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira (31/03), a “Operação Tuup”, com o objetivo de desarticular uma quadrilha responsável pelo transporte internacional de drogas para países da América Central, com o uso de aeronaves adquiridas e adaptadas no Brasil. As investigações contaram com o apoio técnico da Agência Nacional de Aviação Civil-ANAC.
Aproximadamente 60 policiais federais cumpriram seis mandados de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária e 14 mandados de busca e apreensão, além de um mandado de sequestro de bem imóvel, nos Estados do Tocantins, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Pará, Amapá, Santa Catarina e Ceará, todos expedidos pela 4ª Vara Federal SJ/TO.
Além de aeronaves, foram apreendidas várias armas e documentos que serão analisados pelos peritos e investigadores da Polícia Federal.


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As investigações apontam que os integrantes do grupo foram responsáveis pela preparação e adaptação de três aeronaves em um mesmo aeródromo privado, localizado no município de Nova Ubiratã/MT. O dono também é investigado pelo consentimento do uso da propriedade, como também por ter auxiliado os demais investigados nas três empreitadas criminosas.
As aeronaves foram preparadas em agosto de 2020, outubro de 2021 e dezembro de 2021. A primeira decolou de Nova Ubiratã/MT, em agosto de 2020, e foi utilizada para transportar drogas até a Guatemala.
As autoridades policiais e o Ministério Público da Guatemala informaram a apreensão de 735 quilos de cocaína naquela ocasião, informando ainda que a aeronave foi incinerada pela tripulação, após o pouso realizado em uma pista clandestina, dois dias depois de deixar o Brasil.
A segunda aeronave foi aprendida em Belize, também na América Central. Ela foi encontrada horas após a decolagem do aeródromo de Nova Ubiratã/MT, em outubro de 2021, também utilizada para transportar drogas. A polícia de Belize informou que a aeronave foi totalmente incinerada pela tripulação, imediatamente após o pouso em uma pista clandestina próxima à fronteira com a Guatemala.

Já a terceira aeronave também foi preparada no aeródromo de Nova Ubiratã/MT, em novembro de 2021, e decolou no mês de dezembro do mesmo ano para realizar o transporte internacional de drogas.
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A Polícia Federal apurou que os aviões adquiridos pelo grupo criminoso foram registrados em nome de terceiros, que não possuem condições financeiras que justifiquem as aquisições e não possuem qualquer tipo de relação com a atividade aeronauta, sendo utilizados como “laranjas” ou “testas de ferro” pelos investigados. As três aeronaves realizaram operações de voos irregulares e continham planos de voos fraudulentos, colocando em risco também a segurança do transporte aéreo, fato que também poderá ensejar a responsabilização criminal dos suspeitos.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de associação ao tráfico, tráfico internacional de drogas e financiamento ao tráfico, cujos delitos estão previstos na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), como também, pelo crime de atentado a segurança do transporte aéreo (artigo 261 do Código Penal).
Destaca-se que em razão da pandemia causada pela COVID-19, foi adotada logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPI´s a todos os envolvidos, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas e investigados.
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