A Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês) divulgou, na última semana, dados preliminares do Atlas Diabetes 2021. O relatório mostra que houve um aumento de quase 16% nos casos da doença em adultos (de 20 a 79 anos) em todo o mundo. Na publicação de 2019, eram 463 milhões de pessoas vivendo com a enfermidade e, agora, o salto foi para 537 milhões. Em 2021, a doença já foi responsável por 6,7 milhões de mortes em todo o mundo, ou seja, 1 a cada 5 segundos. Para a Federação, os números evidenciam um “crescimento alarmante”.
Em dados mais atualizados do Brasil, o Vigitel 2020 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), publicado em setembro de 2021 pelo Ministério da Saúde, mostrou que Rio de Janeiro (11,2%), Maceió (11%) e Porto Alegre (10%) são as capitais com maior incidência de diabetes no país. Em Fortaleza, 7,3% dos adultos referiram diagnóstico médico de diabetes na pesquisa, com maior incidência nas mulheres (8,1%), em comparação aos homens (6,3%).
Segundo a endocrinologista do Emílio Ribas Medicina Diagnóstica, Milena Teles, uma soma de fatores pode ter resultado no crescimento dos diagnósticos. “O aumento progressivo do sedentarismo, de uma dieta extremamente rica em calorias da população em geral, isso já justifica o aumento longo dos anos que acontece na IDF. Sem dúvida, a pandemia teve um papel já que muitas pessoas precisaram realmente ficar restritas e em isolamento social, isso, com certeza, piorou os resultados”, afirma.
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A especialista aponta ainda para os diferentes tipos de diabetes existentes. “Existem diferentes tipos de diabetes mellitus, que é uma doença crônica que se caracteriza pela elevação da glicose. O que a gente chama de hiperglicemia. Dentre os tipos mais comuns, a gente tem o diabetes do tipo dois que, classicamente, envolve início da hiperglicemia de forma gradual e mais comumente em pessoas acima de quarenta anos que estão sedentárias e acima do peso e tem uma dieta muito rica em calorias de uma forma geral. Esse é o tipo mais comum de diabetes”.
Já a diabetes tipo I é mais comum entre os jovens, segundo a médica. “A diabetes tipo um tem uma etiologia mais relacionada a uma doença autoimune na grande maioria dos casos com destruição da célula do pâncreas que produz a insulina. E essa destruição autoimune pode ter como gatilhos desencadeantes várias situações, incluindo por exemplo o vírus. Existem alguns trabalhos que já indicam que o próprio coronavírus poderia ser sim um gatilho para alguém que já tinha suscetibilidade e aí desenvolve a autoimunidade após o contatos com alguns tipos de vírus”, alerta Milena.
Para contemplar o mês em alusão à doença, o coordenador do Departamento de Tecnologia, Saúde Digital e Telemedicina da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e a Presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM-SP), Marcio Krakauer, fará uma live sobre diabetes tipo 1, no dia 24/11 às 19h, através do YouTube. A iniciativa é do Emilio Ribas Medicina Diagnóstica.
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