As imagens mais recentes foram registradas por câmeras de smartphones, na madrugada do último domingo (21/11), e mostram uma grande quantidade de pessoas saindo da loja Louis Vuitton carregados de sacolas cheias de roupas de uma das marcas mais famosa e luxuosa do mundo, na cidade de San Francisco, no estado americano (EUA) da Califórnia. Alguns usam máscaras para esconder o rosto. Outros seguem para carros de apoio usados para fuga. Um deles é interceptado pelos policiais, que têm tido muito trabalho nos últimos dias para conter a onda de saques nas lojas.
Em outro caso, ocorrido na noite de sábado (20/11), na cidade de Walnut Creek, a cerca de 80 km de San Francisco, três suspeitos foram detidos. Apenas 3 em meio a cerca 80 ladrões que participaram do arrastão numa loja de departamentos da Nordstrom. De acordo com um comunicado do Departamento de Polícia de Walnut Creek, “os policiais estão investigando o que foi claramente um evento planejado”.
A região da Baía de San Francisco tem sido especialmente atingida, dada a grande densidade de lojas de luxo. A área é uma das mais abastadas do país, com renda média doméstica que chega perto do dobro da média nacional, de acordo com o Censo dos EUA. Mas os arrastões também têm atingido o estado de Illinois. As autoridades se dizem impressionadas com a ousadia dos crimes, muitos cometidos à luz do dia como mostram os vídeos, que inundaram as redes sociais nos últimos dias. (Veja vídeo abaixo)
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Os relatos de moradores e lojistas da Califórnia e de Illinois revelam que os arrastões têm se tornado mais frequentes com a chegada das festas de fim de ano. Mas não é de hoje a situação vem saindo do controle. Reportagem do New York Times, de maio de 2021, aponta como causa do aumento da criminalidade a aprovação de uma lei aprovada pelos moradores do estado, por meio de um plebiscito realizado em 2014.
A lei conhecida como “Proposition 47″ transformou o crime de roubo de mercadorias com valor inferior a 950 dólares em contravenção, ou seja, a lei ficou mais branda. E, para evitar processos judiciais, os seguranças e funcionários das lojas têm recebido instruções dos patrões para não confrontar e nem perseguir pessoas que tenham sido flagradas furtando mercadorias.
A mudança na legislação seria o “combustível” para estimular os saqueadores. Em muitos casos, os produtos furtados são vendidos nas calçadas em frente às próprias lojas de onde foram tirados. Segundo a reportagem do NY Times, os furtos e arrastões nas lojas Walgreens da cidade são quatro vezes mais altos do que a média nacional, o que já forçou a empresa a fechar 17 lojas. (Reportagem continua após o vídeo)
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O comandante Raj Vaswani, chefe de investigações do Departamento de Polícia de San Francisco, diz que está ocorrendo uma escalada de crimes violentos e cada vez mais ousados, “cometidos repetidamente pelos mesmos criminosos”, o que seria mais um sinal de que a impunidade estaria estimulando a ação criminosa.
Para o vereador Ahsha Safai, de San Francisco, tolerância com o crime “virou rotina. As pessoas se conformaram com a situação”, declarou à reportagem do NY Times ao explicar porque a mesma situação em relação aos arrastões e saques em lojas não estão ocorrendo em outras cidades da Califórnia. Segundo Safai, “os criminosos estão escolhendo os alvos baseados nas consequências. Se os crimes cometidos não geram consequências para o criminoso, então você está estimulando novos crimes”, analisa
Com informações de Julia Harte e Uday Sampath Kumar – Repórteres da Reuters – Washington e do Blog Roberto Motta
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