

Segundo Alok Sharma, houve muitos avanços na COP26, sobretudo no financiamento e nas negociações que ocorrem em Glasgow para um acordo sobre medidas para contenção do aquecimento global | Foto: Reuters/Nacho Doce
O presidente da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), Alok Sharma, disse nesta sexta-feira (12/11) que houve muitos avanços, sobretudo no financiamento, nas negociações que ocorrem em Glasgow e pediu aos países um esforço final para um acordo.
Depois de duas semanas de discussões, os participantes da cúpula devem aprovar um texto final, no dia de encerramento da iniciativa mais importante para tentar controlar as emissões de gases de efeito de estufa e o aquecimento global.
Em entrevista prévia a um plenário de ministros dos Estados participantes, Alok Sharma falou dos esforços feitos durante a noite passada para um novo esboço de acordo, que inclui melhorias (em relação ao primeiro) nas previsões de financiamento dos países mais pobres. Ele pediu aos representantes dos 197 governos que continuem as negociações no mesmo “espírito de colaboração” mostrado até agora, e garantiu que o processo de negociação está sendo “transparente”.
Sharma afirmou que há “um pequeno número de assuntos-chave” que terão de ser limados antes do texto final a ser apresentado no final da conferência, marcado para hoje, mas que pode ser adiado. “Esta é a nossa oportunidade de forjar um mundo mais limpo, mais saudável e mais próspero”, disse, pedindo aos delegados de cada país “soluções pragmáticas e praticáveis”.
Os países estão buscando consenso nas medidas para limitar a 1,5 grau Celsius o aquecimento global durante este século em relação aos valores pré-industriais. O projeto de conclusões discutido hoje apela para cortes mais rápidos nas emissões de gases de efeito de estufa, ajuda para os países mais pobres em relação a catástrofes naturais, e limites aos combustíveis fósseis.
Líderes políticos e milhares de especialistas e ativistas encerram hoje a participação na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), a fim de atualizar as contribuições dos países para a redução das emissões de gases até 2030.
A COP26 é realizada seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta de 1,5°C a 2°C acima dos valores da época pré-industrial. Segundo a ONU, apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases de efeito estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração econômica provocada pela pandemia de covid-19. A organização estima que, se mantido o atual ritmo de emissões, as temperaturas serão, no fim do século, superiores em 2,7ºC.
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Durante a conferência, um alerta importante foi feito ao mundo: 1 bilhão vão sofrer calor extremo se temperatura aumentar 2°C , alertaram os especialistas na Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26). Se não formos capazes de evitar que o aquecimento do planeta exceda os 1,5ºC, o número de pessoas que serão expostas a estresse térmico extremo – uma combinação potencialmente fatal de calor e umidade – pode aumentar até 15 vezes, comparativamente aos dias de hoje.

Um aumento de 4ºC, alerta ainda o estudo, “pode fazer com que quase metade da população mundial viva em áreas potencialmente afetadas”.
O calor é o impacto mais óbvio do aquecimento global, estando o calor extremo em várias regiões do mundo a triplicar nas últimas décadas. No verão de 2020, mais de um quarto da população dos Estados Unidos, por exemplo, sofreram os efeitos do calor extremo, com sintomas que incluíam náuseas e cólicas. Pelo menos 166 mil pessoas morreram devido a ondas de calor nas duas décadas até 2017, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Veja mais impactos sobre o aquecimento global no vídeo abaixo:
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