O governo do Paraguai anunciou, nesta quarta-feira (13/10), o lançamento da Operação Soberania, que tem o objetivo de combater o crime organizado no departamento de Amambay, na região de fronteira com o Brasil. A cidade de Pedro Juan Caballero e o distrito de Capitán Bado serão os principais alvos da operação.
“Há décadas nessa parte do território o crime organizado entrou de forma transnacional, o que se intensificou nos últimos tempos através de pistoleiros e agressões”, afirmou o ministro do Interior do Paraguai, Arnaldo Giuzzio Benítez. Segundo as autoridades paraguaias, as forças de segurança do Paraguai e do Brasil atuarão em conjunto.
O governo paraguaio assinou com a Polícia Federal (PF) brasileira um acordo de instalação de um Comando Bipartite nas cidades de Pedro Juan Caballero (lado paraguaio) e Ponta Porã (lado brasileiro). Esse comando vai permitir, segundo as autoridades, o intercâmbio de informações entre as autoridades policiais, militares e de inteligência, para poder enfrentar a criminalidade transnacional.
No último fim de semana, quatro pessoas foram assassinadas a tiros quando saíam de uma casa noturna em Pedro Juán Caballero, cidade fronteiriça com o Brasil. Duas brasileiras, que cursavam medicina na cidade, estão entre as vítimas. Kaline Reinoso, de 20 anos, que era natural de Dourados (MS), foi atingida por 14 tiros; e Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, de Curvelândia (MT), foi atingida por 10 tiros, segundo a perícia. Kaline e Rhannye estudavam Medicina no Paraguai e eram colega de faculdade da terceira vítima, Hailée Acevedo, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador do Departamento de Amambay (semelhante a um Estado, no Brasil).
A quarta vítima do crime foi Osmar Vicente Alvarez, de 32 anos, conhecido como Bebeto, que seria o alvo do atentado, segundo a polícia.
A polícia do Paraguai prendeu sete brasileiros suspeitos de participação no crime. As prisões ocorreram em uma casa na mesma cidade onde ocorreu a chacina. Segundo as autoridades, foi daquela casa que o saiu veículo usado no crime.
Imagens de uma câmera de segurança mostra os bandidos em plena ação. As vítimas estavam se preparando para entrar numa caminhonete branca, logo após participarem de uma festa, numa boate, quando foram cercadas por homens que desceram de outro veículo armados de rifles e fuzis e dispararam mais de 100 tiros. Veja as imagens do crime abaixo:
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Seis suspeitos foram presos na manhã de segunda-feira (11/10). São eles: Hywulysson Foresto, Juares Alvers da Silva, Luis Fernando Armando e Silva Simões; Gabriel Veiga de Sousa, Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes. Com eles foram apreendidos três carros com documentos brasileiros referentes a outros três automóveis, celulares, joias e um recipiente com 74 gramas de maconha.
No domingo (10/10), um outro brasileiro suspeito de participar da chacina foi preso após uma perseguição que envolveu policiais paraguaios e brasileiros. Ele estava num carro, que pode ter sido usado nas execuções de sábado, junto com outros três homens que conseguiram escapar ao cerco policial naquele momento. A identificação do primeiro preso ainda não foi revelada pela polícia e as investigações continuam.
Tanto as autoridades brasileiras quanto paraguaias apontam que a principal causa da violência na região da fronteira entre o Brasil e o Paraguai, que envolve a cidade de Pedro Juan Caballero, é a disputa de território por facções criminosas que disputam, principalmente, o controle do tráfico de drogas e de armas na região.
Com informações da Agência Brasil
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