O Dia do Médico, comemorado a cada ano no dia 18 de outubro, provocou uma reflexão: é preciso, cada vez mais, investir na interiorização de escolas de Medicina para diminuir as desigualdades entre as regiões brasileiras. O censo demográfico médico realizado, em dezembro, pelo departamento de medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) mostrou que o Brasil atingiu a marca de meio milhão de médicos atuantes, em 2020. Entretanto, apesar do crescimento no número de profissionais, a distribuição por região e cidades ainda é consideravelmente é muito irregular.
A pesquisa revelou que, nos últimos dez anos, mais de 180 mil profissionais de Medicina deixaram os bancos das universidades e entraram no mercado de trabalho. Ainda de acordo com o estudo, estados das regiões Norte e Nordeste ainda possuem um déficit quanto ao número de médicos se comparado a unidades federativas de outras regiões com renda per capita mais alta como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No Sudeste, por exemplo, a proporção é de 3,15 médico/habitante; no Sul 2,68. Quando falamos em Norte e Nordeste, esses números caem para 1,3 e 1,69 médico/habitante, respectivamente.
Além disso, quando a comparação é feita entre interior e capital, a desigualdade só aumenta. Enquanto as capitais contam com mais da metade dos médicos formados, 54,3%, cidades do interior possuem apenas 45,7%. Os valores não são compatíveis com a quantidade de habitantes, já que cidades dos interiores abrigam 76,2% da população, enquanto nas capitais residem 23,8%. Mas como suprir a escassez de médicos e de atendimentos a população em um país com mais de meio milhão de médicos?
Desde o Projeto Rondon, em 1968, o governo brasileiro vem apostando em programas de incentivo à interiorização de médicos no Brasil. Nos últimos anos, instituições de ensino superior têm dedicado esforços e energia na implantação de cursos de Medicina nos interiores, com o objetivo de suprir essa demanda por profissionais nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos.
A unidade de Medicina IDOMED Juazeiro do Norte, que completa 20 anos de atuação na formação de novos médicos, é um bom exemplo disso. Com um eixo na formação em médicos generalistas e que atuam na área de saúde da família, a instituição tem crescido e implantado escolas de Medicina em algumas das principais cidades do interior cearense.
“A criação das escolas de medicina cumpre o planejamento dos Ministérios de Educação e Saúde no processo de interiorização dos médicos, algo de grande importância para levar um atendimento médico baseado em preceitos de qualidade e atenção ao interior dos estados. É isso que estamos fazendo aqui no Ceará”, detalha a gestora do IDOMED Juazeiro do Norte, Janiely de Matos Cassiano Pinheiro.
Desde 2001, o IDOMED já implantou escolas de Medicina em cidades como Quixadá, Canindé, está concluindo a unidade de Iguatu, e nelas já foram formados e entregues para a atuação na saúde mais de 1.500 profissionais que, em sua maioria, continuaram a atender nas mesmas localidades. A projeção também é positiva, já que nos próximos quatro anos a instituição formará mais de 450 novos profissionais, sendo uma média de 50 médicos para cada unidade.
O IDOMED é um grupo que reúne 14 escolas médicas e consolida a tradição de mais de 20 anos de experiência nesse segmento acadêmico. Estamos presentes em todas as regiões do país, com mais de seis mil alunos e foco em excelência no ensino, aprendizado prático, tecnologia aplicada e conexão com a carreira médica. O grupo oferece programas de graduação, pós, especialização e cursos de atualização. Está entre os líderes na incorporação de tecnologia educacional voltada à formação em Medicina.
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