Seita comandada por Konstantin Rudnev capturava mulheres para exploração e usava fachada de ioga, diz Ministério Público | Foto: reprodução
A Justiça da Argentina denunciou nesta sexta-feira (4) o suposto líder de uma seita e outras 20 pessoas de nacionalidade russa, acusadas de integrar uma organização criminosa voltada para o tráfico sexual e a redução à servidão. A informação foi divulgada pelo Ministério Público do país.
De acordo com as autoridades, o grupo atraiu uma jovem russa de 22 anos, levada até a cidade de Bariloche, a 1.500 km de Buenos Aires. Em 21 de março, ela deu à luz a um bebê, que seria registrado como filho do líder da seita para que o recém-nascido adquirisse nacionalidade argentina. O plano era levá-lo posteriormente ao Brasil.
O líder da organização foi identificado pela imprensa argentina como Konstantin Rudnev, fundador da seita Ashram Shambala, que se popularizou na Rússia nos anos 1990. Ele está preso na cidade de Rawson. Segundo o MP, Rudnev já havia sido condenado a 11 anos de prisão por abuso sexual na Rússia e estava foragido desde outubro, após escapar de Montenegro.
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Durante a prisão, Rudnev tentou se ferir com uma lâmina de barbear, mas foi rapidamente contido. A promotoria informou que o recrutamento da jovem ocorreu por meio de um “espaço espiritual e de prática de ioga de fachada”, que se aproveitava da vulnerabilidade das vítimas.
Em depoimentos e apurações, o Ministério Público revelou que algumas mulheres encontradas no local apresentavam sinais alarmantes de maus-tratos, como extrema magreza e áreas da cabeça sem cabelo, possivelmente como forma de controle e punição.
O promotor do caso relatou que a organização controlava o acesso a alimentos, produtos e impunha jejuns obrigatórios como forma de punição. Das 21 pessoas acusadas, 13 permanecem presas e as demais estão em liberdade condicional.
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