

Como funciona o conclave e quem pode votar na escolha do novo papa? | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
O conclave é um dos rituais mais tradicionais da Igreja Católica, responsável por eleger o novo papa após a morte do pontífice. A palavra vem do latim cum clave, que significa “fechado à chave”, remetendo à votação secreta realizada na Capela Sistina, no Vaticano. É de lá que sai a emblemática fumaça branca, sinal de que um novo líder foi escolhido.
Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), os 252 cardeais do Colégio Cardinalício são convocados para iniciar os ritos que culminarão na eleição do novo pontífice. Antes disso, ocorre o período de luto oficial de nove dias, com cerimônias fúnebres e o sepultamento do papa.
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Durante esse tempo, os cardeais se reúnem na Casa Santa Marta para discutir os principais desafios da Igreja e delinear perfis de possíveis sucessores. Somente os cardeais com menos de 80 anos participam da votação, com limite máximo de 120 eleitores — embora hoje sejam 135 os com direito a voto.
A eleição ocorre dentro da Capela Sistina, em absoluto sigilo. Os cardeais escrevem o nome do escolhido em uma cédula, que é depositada em urna, lida e posteriormente queimada. Se o eleito atingir ao menos dois terços dos votos, uma substância branca tinge a fumaça, indicando a escolha de um novo papa. A famosa frase “Habemus Papam” então ecoa pela Praça de São Pedro.

O Brasil conta com oito cardeais no Colégio Cardinalício, sendo sete com direito a voto. Entre eles estão nomes como Odilo Scherer (SP), Orani Tempesta (RJ) e Leonardo Steiner (AM). Dom Raymundo Damasceno, de 87 anos, é o único brasileiro fora da eleição devido à idade.
O atual carmelengo — responsável por administrar o Vaticano durante o período conhecido como Sé Vacante — é o irlandês Kevin Farrell, que anunciou oficialmente a morte de Francisco e conduz os preparativos do conclave.
O colégio eleitoral reflete a diversidade promovida por Francisco: 80% dos cardeais votantes foram nomeados por ele, com representantes de todos os continentes e forte presença das chamadas periferias do mundo, um traço marcante do seu papado.
Para o arcebispo emérito Damasceno, a eleição do novo papa é antes de tudo um ato de fé:
“É uma obra de Deus, uma ação do Espírito Santo. O conclave é um tempo de silêncio, oração e ponderação para votar com a consciência”, afirmou.
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