O campus de Tauá do Instituto Federal do Ceará (IFCE) aprovou o projeto “Manta de Carneiro dos Inhamuns” na seleção nacional de projetos de promoção às Indicações Geográficas realizada pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC). O resultado final foi divulgado nessa terça-feira (25/01).
O objetivo principal é desenvolver e estruturar a identificação do corte do carneiro dos Inhamuns como um produto tradicional da área formada pelos municípios de Aiuaba, Arneiroz, Parambu, Quiterianópolis e Tauá. Só em Tauá, de acordo com dados da Secretaria de Agricultura do município, mais de 5 mil produtores podem ser impactados pela certificação.
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Segundo a professora Kélvia Jácome, que é uma das autoras do projeto, a criação de um selo de indicação geográfica beneficiará tanto os consumidores quanto a economia local, pois “garante a origem do produto e traz a confirmação de que ele segue padrões e normas de produção. Para o produtor, vai agregar valor ao produto e facilitar a comercialização”.
O projeto tem apoio da Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos dos Inhamuns (Ascoci). Também participaram da elaboração a professora Andreia Nikokavouras e a pesquisadora Lisiane Dorneles, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A professora Kélvia Jácome explica que a duração do projeto será de doze meses, com início em fevereiro deste ano. As etapas incluem levantamento de dados, mobilização e qualificação dos produtores associados, elaboração de um dossiê de notoriedade e submissão de artigos científicos.
As atividades terão a colaboração de estudantes do curso técnico em Agropecuária do campus de Tauá e de profissionais dos campi de Boa Viagem e Crateús do IFCE. Os recursos financeiros, um total de R$ 49.200, serão investidos em bolsas de pesquisa.
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A manta de carneiro na região dos Inhamuns, no Sertão do Ceará, é feita de forma artesanal e possui um sabor singular devido ao tipo de alimentação que os animais encontram nas pastagens e a processos específicos de desossa, salga e secagem da carne.
O produtor Harryson Feitosa, de 35 anos, mantém uma criação de carneiros em Tauá, que comercializa a maior parte por encomenda nos aplicativos de redes sociais. Ele celebra o projeto do selo de identificação como uma grande conquista.
“A certificação ajuda na comercialização, possibilita entrar nos supermercados, em restaurantes grandes. É ótimo para nós produtores e para os consumidores. Com o animal certificado, vai ser mais controlada a sanidade desde a criação até o abatimento do animal. A realização de cortes melhora na produção do manufaturado, ou seja, a manta fica reconhecida como um corte que pode ir para a prateleira dos supermercados”, afirma esperançoso o produtor.
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