A operação mais mortal das forças de segurança do Rio neste ano resultou em pelo menos 22 mortos, no Complexo da Penha, segundo a última atualização do Ministério Público (MP). A ação reuniu efetivos das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, desde a madrugada, com objetivo de prender lideranças criminosas escondidas na comunidade.
O MP instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante operação policial, iniciada na madrugada desta terça-feira (24/05). O PIC determina que o comando do Batalhão de Operações Especiais (Bope) envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação. Devem ser ouvidos todos os policiais militares envolvidos e indicados os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais.
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Quanto aos agentes federais envolvidos na ação, foi expedido ofício ao Ministério Público Federal (MPF) para ciência dos fatos e a adoção das medidas cabíveis. Além disso, foi requisitado ao Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil que sejam enviadas informações sobre os inquéritos policiais instaurados para apurar os fatos.
A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada também encaminhou ofício à Delegacia de Homicídios, recomendando que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial, inclusive comparando com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas.
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De acordo com a assessoria da PM, as equipes do Bope e da PRF se preparavam para a incursão, quando criminosos começaram a fazer disparos de arma de fogo na parte alta da comunidade. Uma mulher, identificada como Gabriele Ferreira da Cunha, de 41 anos, foi ferida na Chatuba, uma comunidade fora da área da operação, e morreu no local.
Os feridos foram levadas para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha. Segundo informações do setor de inteligência da PM, três destes feridos seriam de outros estados.
Um helicóptero blindado da PM dava apoio aos agentes em terra. Os confrontos se concentravam na parte alta da Vila Cruzeiro, perto de uma área de mata.
Na localidade conhecida como Vacaria, mais de 20 veículos, entre motos e carros, usados por criminosos em fuga, foram apreendidos. Também houve apreensão de 13 fuzis, quatro pistolas e 12 granadas, além de drogas. O total ainda será contabilizado.
O objetivo da operação era prender chefes do Comando Vermelho escondidos na Vila Cruzeiro.
A polícia afirma que lideranças da facção em outras favelas do Rio — como Jacarezinho, Mangueira, Providência e Salgueiro (São Gonçalo) — e até de estados do Norte e do Nordeste também estão abrigados na Penha.
A Secretaria Municipal de Educação informou que, por causa da operação policial, 33 escolas da região foram fechadas, e que o atendimento foi prestado de forma remota.
Com informações do G1/Agência Brasil
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