Diferente de alguns cânceres em adultos, que podem ser evitados por meio de mudanças no estilo de vida, o câncer infantojuvenil não sofre impacto quando associado a estratégias de prevenção, tornando o diagnóstico precoce uma forma de aumentar as chances de cura para o paciente. Por isso, o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), referência no atendimento de oncologia pediátrica, oferece um ambulatório específico para a realização do diagnóstico precoce.
O Ambulatório de Diagnóstico Precoce funciona de segunda a sexta-feira, preferencialmente das 7h às 13h. No último ano, foram realizados cerca de dois mil atendimentos. O serviço é pioneiro no Ceará e atende aos pequenos encaminhados por profissionais que atuam em postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
O mês de setembro, também intitulado de Setembro Dourado, foi escolhido como um período do ano para reforçar a conscientização de toda a população sobre a doença e destacar a importância de investigar a persistência dos sinais do câncer. No início, os pacientes podem apresentar sintomas semelhantes a doenças comuns da infância.
“Sintomas como febre persistente, palidez, manchas roxas pelo corpo, dor de cabeça, vômitos ao acordar, aumento do volume abdominal, caroços pelo corpo e alterações ósseas são alguns dos sinais que devem ser investigados. Diante dos sintomas, os pais ou responsáveis precisam procurar uma unidade de saúde e receber um atendimento especializado”, explica o coordenador médico da Unidade de Internação do Centro Pediátrico do Câncer (CPC) do Hias, Artur Moraes.
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Atualmente, a Unidade oferece tratamento a cerca de 450 pacientes oncológicos. Uma dessas pacientes é a Eliza (3), diagnosticada com nefroblastoma, um tumor renal maligno. Segundo Luciana Lima (35), mãe da menina, em julho de 2024, a família percebeu um nódulo na barriga da criança. “Buscamos um posto de saúde, fizemos uma ultrassom e fomos encaminhadas de São Benedito para o Albert Sabin, em Fortaleza, que é referência no tratamento em oncologia pediátrica”, conta.
“Sou muito grato por termos identificado o câncer ainda no início. Dessa forma, conseguimos tratar e esperamos conseguir logo a cura. A minha filha fez quatro sessões de quimioterapia e retirou o rim direito. As mães não podem esperar os casos se desenvolverem. Assim que eu vi aquela anomalia, eu sabia que não era normal e que precisávamos tratar”, conta Luciana.
Os tipos mais comuns de cânceres pediátricos são: leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. Cerca de 80% das crianças e adolescentes diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados podem ser curadas, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
“Infelizmente, o câncer infantojuvenil representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, tanto no Brasil, como em países desenvolvidos, por isso precisamos lembrar a todos, inclusive aos profissionais de saúde, da importância em relação aos iniciais sinais da doença”, conclui Artur Moraes.
Durante a manhã do dia dez de setembro, o Hospital promoverá uma cerimônia de lançamento da Campanha Setembro Dourado, no CPC. O evento contará com a participação da secretária da Saúde do Ceará (Sesa), Tânia Mara Coelho, de pacientes e familiares, do corpo clínico do Hias, de representantes de cursos da saúde de Universidades do Estado, da Associação Peter Pan e das casas de apoio.
A ação contará com a oficialização do Comitê de Políticas Públicas em Oncologia Pediátrica do Ceará, responsável por coordenar e supervisionar os serviços de oncologia pediátrica. Além da realização de uma solenidade de ligação simbólica das luzes douradas de decoração e com a soltura de balões marcando o compromisso e a união de todos os presentes na luta contra o câncer infantil.
Por Levi Aguiar – Ascom Hias
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