Nos últimos 20 anos, um fenômeno crescente tem sido observado no mercado de trabalho: a saída de profissionais de cargos de gestão em busca de posições menos estressantes, mesmo que isso implique uma redução salarial. Diversos fatores estão impulsionando essa mudança, refletindo uma mudança significativa nas prioridades dos trabalhadores.
Entre os principais motivos estão o estresse e o burnout associados às posições de liderança. A pressão constante para atingir metas e a carga de trabalho intensa frequentemente levam ao esgotamento mental e físico. Além disso, gestores muitas vezes enfrentam um desequilíbrio entre vida profissional e pessoal, com longas horas de trabalho que comprometem o tempo com a família e os interesses pessoais.
A Diretora da Inova Varejo RH, Paula Dantas destaca como esses fatores estão moldando as decisões dos profissionais: “O estresse intenso e a falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional são questões recorrentes para muitos gestores. A alta carga de trabalho, combinada com a pressão para obter resultados, pode levar à exaustão e à busca por uma vida mais equilibrada. Muitos estão priorizando sua saúde mental e qualidade de vida em detrimento de um salário mais alto.”
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Além do estresse e da carga horária excessiva, a falta de autonomia também é um fator importante. Alguns gestores sentem-se sobrecarregados pela microgestão e pelas políticas organizacionais restritivas, o que pode diminuir a satisfação no trabalho. Conflitos internos e uma cultura organizacional tóxica também desempenham papéis significativos na desmotivação dos profissionais. A ausência de reconhecimento e recompensas apropriadas pode fazer com que esses trabalhadores sintam que seus esforços não são devidamente valorizados.
A falta de desenvolvimento profissional e oportunidades de crescimento também contribui para a insatisfação. Sem educação corporativa adequada, os gestores podem sentir que estão estagnados, levando-os a buscar novas oportunidades que ofereçam um maior crescimento pessoal e profissional.
“Os profissionais estão cada vez mais buscando posições que ofereçam flexibilidade e uma melhor qualidade de vida. A possibilidade de trabalhar remotamente, a busca por carreiras menos estressantes e a preferência por empresas que valorizam o equilíbrio entre vida e trabalho estão se tornando prioridades,” diz Paula Dantas. “Muitos estão dispostos a aceitar uma redução salarial em troca de uma vida mais equilibrada, mais tempo para a família e menor estresse.”
O foco na qualidade de vida e no bem-estar mental está levando muitos a explorar novas opções, como freelance, consultoria e empreendedorismo. Esses caminhos oferecem maior controle sobre horários e permitem uma flexibilidade que é difícil de encontrar em posições de gestão tradicionais. O trabalho remoto, que ganhou destaque durante a pandemia, também é uma opção atraente para aqueles que buscam evitar deslocamentos e aproveitar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Em suma, a saúde mental, o equilíbrio entre vida e trabalho e a satisfação pessoal estão se tornando valores mais importantes do que o salário elevado, moldando o futuro do mercado de trabalho de maneira profunda e duradoura.
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