Muito mais do que escalar ou se aventurar nos grandes paredões mundiais, o “Turismo de Montanha” pode ser também um importante aliado para o aumento da renda e para a preservação ambiental e cultural das comunidades locais. A constatação é do novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado na última semana. O documento destaca que as atividades turísticas neste segmento são responsáveis por 9% a 16% das chegadas de turistas internacionais em todo o mundo e podem auxiliar os destinos turísticos a preservar os ecossistemas.
A ministra do Turismo, Daniela Carneiro, ressalta que o documento reforça a necessidade e a importância do turismo como uma indústria econômica limpa e sustentável. “Sabemos que esta atividade econômica é uma importante aliada da preservação ambiental no mundo. Entendendo a importância e relevância do tema, criamos na estrutura do Ministério do Turismo uma área específica para tratar de ações que posicionem e promovam o turismo como uma ferramenta de sustentabilidade aqui no país”, pontuou.
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Segundo dados da FAO, as montanhas abrigam cerca de 1,1 bilhão de pessoas no mundo, algumas delas em locais isolados. No Brasil, alguns destinos turísticos trabalham o turismo de montanha, como é o caso do Monte Roraima, na Região Norte. Devido às suas características únicas, o monte atrai aventureiros do mundo todo que percorrem as trilhas que levam ao topo da montanha. A 2.739 metros de altitude, o cenário inclui espécies endêmicas – que se desenvolvem em regiões restritas -, paredões, formações rochosas de milhões de anos e cristais que inspiraram diversas lendas indígenas.
Outro atrativo que tem trabalhado este segmento é o Parque Nacional de Caparaó, localizado entre a Zona da Mata mineira e o sul do Espírito Santo. O local é um dos ícones do montanhismo no Brasil e abriga, além do Pico da Bandeira, cinco dos dez picos mais altos de todo o território nacional. Entre os mais visitados estão o Pico do Calçado, com 2.849 metros e o Pico do Cristal, com 2.770 metros. Além de relevante patrimônio geológico, a Serra do Caparaó protege as nascentes de três importantes bacias hidrográficas: os rios Itabapoana, Itapemirim e Doce.
A região Norte também guarda um dos picos mais altos do Brasil: o Pico da Neblina. Situado ao norte do Amazonas, o atrativo possui quase 3 mil metros de altitude, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e precisa de, em média, 15 dias para conhecê-lo. O viajante terá a oportunidade de adentrar a floresta amazônica e subir ao ponto mais alto do Brasil sendo guiado pelos índios Yanomami. No percurso, o turista pode avistar animais silvestres, pássaros e plantas exclusivas daquela região, e poderá aprender palavras, histórias e os cantos dos yanomami.
A Chapada Diamantina é outra referência quando falamos em “Turismo de Montanha”. O atrativo possui diversas trilhas e opções de lazer que agradam os milhares de turistas que visitam anualmente o destino. Além das montanhas, o parque oferta rios, cachoeiras, campos gerais, cânions, vales, morros, mirantes e abismos. Nas Serras Altas, encontramos os mais altos picos da região Nordeste, com 22 cumes que ultrapassam os 1.800 metros de altitude, com destaque para o Pico do Barbado e o das Almas. Um destino imperdível para os turistas aventureiros.
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