Usina Hidrelétrica de Itaipu | Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
O governo do Paraguai exigiu nesta terça-feira (1º) explicações do Brasil sobre uma operação de inteligência conduzida pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A ação teria tido como objetivo obter informações sigilosas de autoridades paraguaias envolvidas nas negociações sobre a usina binacional de Itaipu.
Em um comunicado oficial, o governo paraguaio anunciou a convocação, “para consultas imediatas”, do embaixador do Paraguai no Brasil, Juan Manuel Delgadillo, para esclarecimentos sobre o caso. Além disso, também foi determinada a convocação do embaixador brasileiro no Paraguai, José Antonio Marcondes, para prestar explicações.
Segundo o governo do Paraguai, o monitoramento teria ocorrido entre junho de 2022 e março de 2023. O caso foi revelado inicialmente pelo site UOL.
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Como resposta às ações da Abin, o Paraguai anunciou o congelamento das negociações sobre a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu. O documento trata dos valores da energia excedente gerada pela usina, que é vendida ao Brasil pelo Paraguai. Ambos os países mantêm divergências sobre esses reajustes.
O Ministério de Tecnologias da Informação e Comunicações (MITIC) do Paraguai também iniciou uma investigação detalhada sobre os eventos ocorridos entre 2022 e 2023, alegando que não houve nenhum relato do governo anterior sobre o caso.
A reação do Paraguai ocorreu um dia depois de o Itamaraty emitir nota oficial negando que o atual governo tenha ordenado qualquer operação de inteligência contra o país vizinho. Segundo a nota, a iniciativa partiu da gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e foi encerrada tão logo o governo Lula tomou conhecimento.
“O governo do Presidente Lula desmente categoricamente qualquer envolvimento em ação de inteligência, noticiada hoje, contra o Paraguai, país membro do Mercosul com o qual o Brasil mantém relações históricas e uma estreita parceria”, declarou o Itamaraty. A nota esclarece que a operação foi autorizada em junho de 2022 pelo governo Bolsonaro e desativada pelo diretor interino da Abin em 27 de março de 2023.
O governo brasileiro reforçou seu compromisso com o respeito e o diálogo transparente nas relações diplomáticas com o Paraguai e demais parceiros regionais.
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