Internacional Lula inicia visita à Ásia para fortalecer laços com Japão e Vietnã em meio a tensões globais Presidente busca avançar acordos comerciais e revitalizar parcerias históricas, enquanto enfrenta desafios políticos no Brasil

Em meio a um cenário internacional marcado por tensões comerciais e disputas geopolíticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Japão nesta segunda-feira (24/3, horário local) para sua primeira viagem de longa distância desde a recuperação do acidente doméstico que sofreu em outubro. A agenda inclui ainda uma visita ao Vietnã, reforçando a estratégia do governo de diversificar parcerias além dos tradicionais eixos com EUA e China.

Lula foi recebido em Tóquio com honras de visita de Estado – formato reservado a ocasiões especiais, como a última recepção ao ex-presidente americano Donald Trump, em 2019. A programação inclui encontros com o imperador Naruhito e a imperatriz Masako, além de reuniões com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba e participação no Fórum Empresarial Brasil-Japão.

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Prioridades comerciais e obstáculos

Dois temas centrais dominam a pauta comercial com o Japão:

1. Liberação da carne brasileira – O Brasil busca há anos a autorização para exportar carne bovina e suína ao mercado japonês, barrada por questões sanitárias.
2. Avanço no acordo Mercosul-Japão – Negociações estão em estágio preliminar, e não se esperam anúncios concretos durante a viagem.

Integrantes do governo admitem que a visita tem mais um caráter de “impulso político” do que de fechamento de acordos, visando reaquecer uma relação que, segundo eles, precisa de “revitalização”.

Vietnã: Parceria em expansão

Na quinta-feira (27/3), Lula segue para Hanói, onde se reunirá com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, To Lam, e outras autoridades. O Vietnã, que celebra 35 anos de relações diplomáticas com o Brasil, tem se tornado um parceiro estratégico em comércio e investimentos, especialmente em tecnologia e agricultura.

Desafios internos acompanham a viagem

A agenda internacional ocorre em um momento delicado para Lula no Brasil, com:

• Queda na popularidade devido ao aumento da inflação;
• Pressões da base aliada por cargos em uma reforma ministerial pendente;
• Presença de figuras do centrão na comitiva, como os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.

A viagem, que se estende até sábado (29/3), testa a capacidade do governo de equilibrar demandas externas e crises domésticas, enquanto busca reposicionar o Brasil no tabuleiro global.

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