

Fundada há quase 20 anos, a SaferNet é responsável pelo Canal Nacional de Denúncias, conveniado ao Ministério Público Federal, e pelo Canal de Ajuda (Helpline) | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
15 de agosto de 2025 — As denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet cresceram 114% em todo o Brasil após a divulgação de um vídeo viral do influenciador e humorista Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que expôs como criminosos monetizam conteúdos ilegais com crianças e adolescentes em situações sexualizadas.
De acordo com a ONG SaferNet, referência no combate aos crimes digitais e na defesa dos direitos humanos online, foram registradas 1.651 denúncias únicas entre 6 e 12 de agosto de 2025. No mesmo período de 2024, haviam sido 770 denúncias, evidenciando o impacto direto do vídeo, que já ultrapassa 38 milhões de visualizações.
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A SaferNet destaca que este é o maior aumento percentual já registrado em tão curto período. Segundo o presidente da ONG, Thiago Tavares, o vídeo de Felca provocou uma mobilização inédita:
“Há anos, o tema do abuso sexual infantil online não gerava um debate tão grande na sociedade brasileira. A repercussão estimulou as pessoas a denunciar”, afirma.
Felca também expôs dois pontos críticos já denunciados pela SaferNet: o uso do aplicativo Telegram para a distribuição e venda de vídeos resultantes de abusos e a utilização de siglas, acrônimos e emojis para ocultar conteúdos e aliciar vítimas. Um exemplo é a sigla “cp” (child porn), presente em grupos que comercializam material de abuso infantil.
A SaferNet ressalta que o termo “pornografia infantil” não é adequado, pois minimiza a gravidade do crime, que envolve estupro, abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
Fundada há quase 20 anos, a SaferNet é responsável pelo Canal Nacional de Denúncias, conveniado ao Ministério Público Federal, e pelo Canal de Ajuda (Helpline), voltado para vítimas de violência e problemas online. Além da atuação repressiva, desenvolve projetos educacionais, como a Disciplina de Cidadania Digital, para promover o uso seguro e consciente da internet.
O combate à exploração sexual infantil online depende da denúncia anônima da população. Para isso, a ONG filtra links, remove duplicatas e encaminha os casos ao Ministério Público Federal, responsável por investigar e responsabilizar os envolvidos.
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