Defesa aponta descumprimento de acordo por parte de Mauro Cid | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
16 de junho de 2025 — A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou nesta segunda-feira (16) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Segundo os advogados, Cid teria mentido durante interrogatório realizado na última semana e violado as cláusulas de sigilo do acordo firmado com a Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre a suposta trama golpista.
“O delator mentiu de novo, e tem mentido para acobertar suas sucessivas mentiras”, declarou a defesa de Bolsonaro.
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A iniciativa da defesa foi motivada por uma reportagem da revista Veja, que revelou supostas inconsistências nos depoimentos de Mauro Cid.
Durante a oitiva, Cid foi questionado sobre possíveis vínculos com os perfis @gabrielar702 e “Gabriela R”, ambos no Instagram, que têm o mesmo nome da esposa do militar, Gabriela Cid. Ele negou que os perfis fossem dela ou que ele próprio tivesse utilizado redes sociais para comunicar-se com outros investigados.
A defesa de Bolsonaro sustenta, no entanto, que Cid utilizou um dos perfis para vazar informações sigilosas da delação, o que configuraria quebra de cláusulas do acordo. Caso isso se confirme, os benefícios da colaboração premiada — como o direito de responder ao processo em liberdade — poderão ser revogados.
Após a publicação da reportagem, os advogados de Mauro Cid classificaram as acusações como “mentirosas” e alegaram que os perfis mencionados não pertencem nem a ele, nem à sua esposa.
“Esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid. Ainda que coincida com o nome de sua esposa, com ela não guarda qualquer relação”, destacou a defesa.
Os representantes do ex-ajudante de ordens também solicitaram que seja feita uma investigação para apurar a real titularidade dos perfis citados.
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