Novas evidências ligam policial federal a plano golpista contra Lula e Moraes | Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil/Arquivo
14 de maio de 2025 — A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que encontrou novas provas da tentativa de golpe de Estado articulada nos últimos dias do governo de Jair Bolsonaro. As evidências foram extraídas do celular do policial federal Wladmir Matos Soares, preso por ordem do próprio Moraes em 2023.
Wladmir é investigado por atuar como agente infiltrado para vazar informações sobre a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o período de transição governamental, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023. Ele integrava a equipe externa de vigilância nos arredores do hotel em que Lula estava hospedado em Brasília.
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De acordo com a PF, o agente atuava como “elemento auxiliar” do plano batizado de Punhal Verde-Amarelo, que, segundo investigações, previa ataques a autoridades como Lula e Moraes. Em conversas com um advogado identificado como Luciano, Wladmir demonstrou frustração com a decisão das Forças Armadas de não aderirem ao plano e chegou a afirmar:
“Os generais se venderam ao PT. A gente ia empurrar meio mundo de gente. Matar meio mundo de gente.”
Em outra gravação, ele declarou que fazia parte de uma “equipe de operações especiais” armada e pronta para defender Bolsonaro, aguardando apenas o sinal verde do ex-presidente:
“Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para agir.”
As gravações também revelam que Wladmir tinha planos de prender Alexandre de Moraes e chegou a afirmar que o ministro deveria ter a “cabeça cortada” após impedir a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal no início do governo Bolsonaro.
“Tinha que ter cortado a cabeça dele ali. Você tá entendendo?”
Os áudios também mostram o policial profundamente decepcionado com Bolsonaro por não ter seguido com o plano e ter viajado para os Estados Unidos no fim do mandato.
“E eu estou aqui na m…, porque p…do presidente vai dar pra trás.”
Na próxima terça-feira (20), a Primeira Turma do STF vai decidir se Wladmir Matos e outros 11 militares viram réus na ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que os acusa de integrarem o núcleo operacional da tentativa de golpe. Eles teriam a missão de executar as ações táticas para viabilizar a tomada do poder.
A defesa de Wladmir foi procurada pela Agência Brasil, mas ainda não respondeu. O espaço segue aberto para manifestações.
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