O cineasta Halder Gomes e a atriz Marta Aurélia, ambos cearenses, serão as personalidades homenageadas no 31º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, com o Troféu Eusélio Oliveira. A homenagem será na abertura do festival, no dia de 27 de novembro.
Mestre em taekwondo, artista plástico e formado em Administração de Empresas, foi no cinema que Halder Gomes seguiu sua carreira profissional, onde conquistou lugar de destaque com sucessos de bilheteria com suas comédias autorais. Ao invés de deixar o Ceará, criou a sua própria HOLLIÚDY, atraindo anualmente investimentos milionários para sua terra e suas histórias que, na esmagadora maioria, são rodadas no sertão cearense.
Jornalista, atriz, cantora, compositora e performer, Marta Aurélia é uma artista com mais de 30 anos de carreira que transita com desenvoltura entre as linguagens e atualmente desenvolve trabalhos na arte experimental e arte híbrida.
A carreira de Halder Gomes no cinema começou em 1991 como dublê em filmes de artes marciais nos Estados Unidos. Dez anos depois estreava como diretor no longa “No calor da terra do sol”, que teve sua primeira exibição pública em 2004 no Cine Ceará. Em seguida rodou o curta “Cine Holiúdy – O astista contra o caba do mal”, base para seu quarto longa, “Cine Holliúdy”, que em 2013 foi o filme brasileiro que alcançou a maior média de público por sala.
A trama teve continuidade em 2019 com “Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral”. No mesmo ano, a saga de Francisgleydisson (Edmilson Filho) inspirou a série “Cine Holliúdy”. Em 10 episódios, a série foi lançada inicialmente no serviço de streaming Globoplay e posteriormente na Rede Globo, se tornando um fenômeno de audiência do horário na sua estreia e na reprise um ano depois, também em horário nobre da emissora. O DNA Cine Holliúdy obteve resultados fenomenais em todos seus desdobramentos da franquia em todo o Brasil e em festivais nos cinco continentes, destroçando de vez a diminutiva e limítrofe expressão “regionalista”.
Numa trajetória marcada pela diversidade de gêneros e temas , Halder Gomes dirigiu também o terror “The Morgue” (2008/codireção com Gerson Sanginitto) nos EUA, o premiado curta documentário “Loucos de Futebol”(2007), o drama “As mães de Chico Xavier” (2011/codireção com Glauber Filho), a comédia de ação “O Shaolin do Sertão” (2016), a comédia urbana “Os Parças” (2017), o stand-up para a Netflix “Edmilson Filho em: notas, uma comédia de relacionamentos” (2017), além de diversas peças de teatro originais de comédia estreladas por Edmilson Filho. Em tempos de pandemia, entre outros trabalhos em desenvolvimento, finalizou em 2021 o longa “Vermelho Monet” (inédito), seu primeiro drama com temática sobre pintura, filmado em Lisboa; filmou a comédia “Bem-vinda a Quixeramobim”.
Realizou durante o lockdown o curta “Cóu Stóries” – a convite de Kleber Mendonça Filho através do Instituto Moreira Sales -, um olhar sarcástico sobre o uso da tecnologia como alternativa ao não presencial, que potencializaram infinitas reuniões virtuais chamadas de “calls”.
Como produtor, em parceria com Mayra Lucas (Glaz Entretenimento), lançou em 2020 na Netflix a comédia de ação/policial “Cabras da Peste”, um dos fenômenos do ano na plataforma, dirigido por Vitor Brandt, e o suspense psicológico “Dente por Dente” (Globoplay), dirigido por Júlio Taubkin e Pedro Arantes. Ainda no início da pandemia chegou a filmar um quarto da 2ª temporada da série de tv “Cine Holliúdy”, interrompida pelo pico da doença, com retorno programado para 2022 juntamente com a 3ª temporada. No momento, Halder filma no sertão cearense a primeira temporada de uma série de comédia e ação para o streaming.
Marta Aurélia teve sua primeira experiência no cinema em “Luzia Homem” (1988), de Fábio Barreto. No papel da beata Maria de Araújo em “Milagre em Juazeiro” (1999), longa de estreia de Wolney Oliveira, ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Festival de Brasília. Protagonizou o curta “Francisca Carla” (2012/2018), de Natal Portela, com Ney Matogrosso e Elke Maravilha no elenco. Participou do curta “Marco” (2019), de Sara Benvenuto, que correu festivais pelo Brasil, e está em “Cabeça de Nêgo”, de Déo Cardoso, premiado no Cine Ceará em 2020 como melhor longa da Mostra Olhar do Ceará. O filme entra em cartaz nos cinemas no dia 21 de outubro.
A artista acaba de protagonizar o filme “Circuito”, de Alan Sousa e Leão Neto, e integra a equipe performática e musical do projeto “Resumo da Ópera”, com os grupos Teatro Máquina e No Barraco da Constância Tem! Os dois trabalhos são inéditos. Na área musical, prepara-se para lançar dois singles, Tectônica e Sub-repticiamente, com produção de Caio Castelo, e em novembro festeja 60 anos de vida com um show no Theatro José de Alencar.
Formada em jornalismo e especialista em teorias da comunicação e da imagem (UFC), Marta Aurélia trabalhou por 30 anos na Rádio Universitária FM, como locutora e produtora de programas musicais e jornalísticos. É pesquisadora da voz e do corpo na perspectiva da arte, saúde e autoconhecimento. Desde que começou a cantar canções indígenas do povo Tremembé de Almofala (anos 1990), Marta Aurélia vem, paulatinamente, se colocando mais ao lado das lutas dos povos originários. Atualmente, investe no projeto Casa D’Aurélia, que investiga a estreita relação entre arte e vida e consiste em morar em temporadas com outros artistas, cada uma marcada por produções artísticas, intensificadas durante a pandemia.
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O Cine Ceará anunciou a lista dos curtas e longas selecionados para a Mostra Olhar do Ceará da 31ª edição do Festival Ibero-Americano de Cinema, que será realizado de 27 de novembro a 3 de dezembro. O gênero documentário é maioria, somando 13 produções, entre os 20 filmes, longas e curtas, selecionados. Os longas serão exibidos no Cineteatro São Luiz e os curtas no Cinema do Dragão e no canal do Cine Ceará no YouTube.
Na última semana de setembro, o festival divulgou a lista dos selecionados para as Mostras Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem, que terá exibição presencial no Cineteatro São Luiz, no Canal Brasil, Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo, e Competitiva Brasileira de Curta-metragem, que acontecerá no Cineteatro São Luiz. Para a programação presencial nos equipamentos da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), o festival seguirá os protocolos sanitários vigentes do setor de audiovisual/cinema, estabelecidos pelo Governo do Ceará, por meio de decreto.
Foram 88 filmes inscritos para a Mostra Olhar do Ceará, que teve a curadoria de Desirée Langel Rondón. Os três longas selecionados são documentários. “Transversais” marca a estreia do cineasta Émerson Maranhão em longas-metragens. “Aqueles Dois” (2018), primeiro curta do cineasta, foi selecionado para mais de 60 festivais e mostras nacionais e internacionais e conquistou 20 prêmios. “Transversais” acompanha cinco pessoas que vivem a experiência da transexualidade de diversas maneiras.
A diretora Natália Gondim levanta a questão da desigualdade social das mulheres em “Minas urbanas”. O documentário anterior da cineasta, como co-diretora, “Les Statues de Fortaleza” (2019), que retratou a situação de refugiados venezuelanos no Brasil, foi exibido em diversos países pela ONU no Global Migration Film Festival da OIM e o Festival da Anistia Internacional para Direitos Humanos, na França.
Completa a lista de longas “De uma distância esquizóide” de Gabriel Silveira, sobre o controverso cotidiano urbano do mundo desenvolvido e as desigualdades do mundo em desenvolvimento confrontados numa experiência audiovisual extrema.
A seleção dos curtas-metragens da Mostra Olhar do Ceará contempla realizadores de Fortaleza, Crato, Juazeiro do Norte, Meruoca, Quixadá e Tianguá. São três animações presentes: “As aventuras de Ana e João”, de Augusto Cesar dos Santos, “Ibiapaba, como nascem as montanhas”, de George Alex Barbosa, e “Sebastiana”, de Cláudio Martins.
A mostra apresenta quatro curtas de ficção: “2020”, uma ficção Científica/Sertãopunk de Oziel Herbert, “Curva sinuosa” um trabalho experimental de Andréia Pires, “Entre o passado”, de Larissa Estevam, e “Estilhaços”, um curta de horror/fantasia de Gabriela Nogueira.
Entre os 17 curtas selecionados, dez são documentários. Entre eles, “Fôlego vivo”, um trabalho da Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas – Umari, um coletivo de pessoas indígenas, formado em sua maioria por mulheres, multigeracional e integrantes LGBTQI+ e PCD. “Zé Tarcísio, Testemunha”, de Delano Gurgel, sobre a vida e a obra de um dos maiores nomes das artes plásticas do Ceará, “Saudade dos Leões”, de João Paulo Magalhães, sobre a Praça dos Leões, um dos espaços mais icônicos da vida cultural de Fortaleza.
A tradição cultural está nos curtas “Arte na palha”, de Augusto Cesar dos Santos, sobre chapeleiras do interior cearense que produzem artesanatos com a palha da carnaúba e perpassam suas habilidades as novas gerações, e “Boi coração”, de Marcelo Alves e Ângela Gurgel, sobre a festa em homenagem ao Dia de Reis realizada há mais de 20 anos pelo fazendeiro e poeta Chico Emília em sua própria casa, em uma comunidade no interior cearense.
Dois filmes têm a casa como ponto de partida para buscas de sensações e memórias. Em “A casa que eu vivo hoje não é casa”, Lara Muniz e Marcus Antonius, levantam a questão sobre os significados de casa e lar, sobre paredes físicas, corpos e imaginário. Em “Joelhos”, uma casa no interior cearense é colocada em aluguel, mas o que era para ser a despedida de um lar, torna-se um retrato de Dona Ivanilde. A diretora Yasmin Gomes foi premiada no 30º Cine Ceará com “Não te amo mais”, eleito melhor filme da Mostra Competitiva Brasileira de Curta-metragem.
Completam a seleção os documentários “Corpas”, de Arthur Almeida, sobre o fazer artístico e a transexualidade em Fortaleza, capital do segundo estado que mais mata trans no Brasil; “Memória da memória”, de Idson Ricart, que revisita histórias de personagens presentes em fotos e fitas-cassetes que haviam sido descartadas, após um mapeamento cultural realizado em Quixadá, em 1993, pelo cantor e compositor Pingo de Fortaleza; e “Muxarabi”, sobre um metalúrgico do Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, que em meio à rotina de fazer portas, janelas e grades, cria invenções e reflete sobre a vida. O filme é de Natália Maia e Samuel Brasileiro, diretores e roteiristas que criaram, escreveram e dirigiram a série “Lana & Carol”, atualmente em exibição no Canal Futura. Também são roteiristas do premiado longa-metragem “Pacarrete”.
OS LONGAS DA MOSTRA OLHAR DO CEARÁ
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OS CURTAS DA MOSTRA OLHAR DO CEARÁ
O 31º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema é uma realização do Ministério do Turismo, através da Secretaria Especial da Cultura, da Associação Cultural Cine Ceará e da Bucanero Filmes. Tem o apoio institucional do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult Ceará), da Universidade Federal do Ceará, via Casa Amarela Eusélio Oliveira, e da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secultfor. Conta com o Canal Brasil como Exibidor Oficial. Apresentação: SP Combustíveis. Patrocínio VIP: Nacional Gás, Esmaltec e Indaiá. Patrocínio: Piraquê e Cagece.
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31° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema
Período: De 27 de novembro a 03 de dezembro de 2021
Exibições: Formato presencial – Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, em Fortaleza
Fomato digital: Canal Brasil e streaming do Globoplay + Canais ao Vivo.
Informações: site do Cine Ceará
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