Internacional: Altos preços da carne bovina impulsionam vendas de enlatados e alimentos nostálgicos nos EUA Consumidores recorrem a alternativas mais baratas, como carnes enlatadas e o clássico Hamburger Helper, diante da alta da carne moída

Apelo da marca cresceu ao longo dos anos, à medida que o número de sabores se expandiu para 50 | Foto: Mustafa Hussain/The New York Times

22 de setembro de 2025 — A disparada do preço da carne bovina nos Estados Unidos está mudando os hábitos de consumo. Com a carne moída registrando alta de 13% no último ano, chegando ao recorde de US$ 6,63 por libra em agosto, famílias estão recorrendo a alimentos mais acessíveis, como carnes enlatadas, arroz, feijão e macarrão com queijo.

Nesse cenário, um clássico dos anos 1970 voltou ao protagonismo: o Hamburger Helper. Criado para transformar pequenas quantidades de carne em refeições completas, o produto registrou crescimento de 14,5% nas vendas até agosto de 2025, segundo a Eagle Foods, atual dona da marca. O aumento da procura foi impulsionado tanto pela pressão inflacionária quanto por sua aparição recente na série “O Urso”, que reacendeu o apelo nostálgico do alimento.

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A volta do “Hamburger Helper” à mesa dos americanos

Originalmente lançado em 1971, o Hamburger Helper rapidamente se tornou um aliado em tempos de crise. Hoje, a Eagle Foods busca modernizar a marca sem perder sua essência, oferecendo versões mais rápidas de preparo, sabores picantes e até opções para café da manhã.

Mesmo sendo criticado por conter ingredientes artificiais e alto teor de sódio, o produto continua atraindo consumidores em busca de praticidade e economia. Nos supermercados, uma caixa custa em média US$ 2, permitindo que uma família se alimente gastando cerca de US$ 10 com carne moída incluída.

Inflação e mudanças no consumo alimentar

Além do Hamburger Helper, outros alimentos considerados “de crise” também registram crescimento. O consumo de arroz subiu 7,5% neste ano, enquanto atum, salmão e sardinha enlatados seguem em alta. Já doces e sobremesas industrializadas perderam espaço, mostrando a tendência de priorizar itens essenciais e com bom custo-benefício.

Apesar da inflação alimentar ter recuado em relação ao pico de 2022, os preços de produtos básicos permanecem 21% mais altos do que há quatro anos. Analistas avaliam que, diante da escassez do rebanho bovino e do custo elevado da carne, alternativas baratas e nostálgicas devem continuar em evidência na mesa dos americanos.

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